Incômodo

Dor nas costas: sinais de que sua dor pode ser algo mais sério

Imagem gerada por IA. Foto: Pixabay.

A lombalgia, aquela dor chata que aparece entre as últimas costelas e a prega glútea, não é exclusividade sua. Na verdade, é o sintoma musculoesquelético que mais aparece por aí. Só perde em consultas médicas para o resfriado comum.

E olha que número impressionante: segundo a Organização Mundial da Saúde, 80% das pessoas vão sentir dor lombar em algum momento da vida. A boa notícia é que, na maioria dos casos, isso passa sozinho. Metade dos pacientes já melhora em uma semana e 90% ficam bem em até oito semanas.

O problema é quando a dor resolve ficar por mais tempo. Entre 5% e 10% dos pacientes desenvolvem lombalgia crônica, que dura mais de 12 semanas e impacta seriamente a qualidade de vida e a capacidade de trabalhar.

O diagnóstico é clínico, ou seja, feito durante a consulta médica. A maioria dos casos não tem uma causa específica – é apenas sobrecarga dos músculos e ligamentos. Mas os médicos sempre ficam atentos a alguns sinais de alarme que podem indicar problemas mais sérios: febre, perda de peso, histórico de câncer, osteoporose, imunossupressão, uso de drogas injetáveis e dor com ritmo inflamatório acompanhada de rigidez matinal.

Mecânica ou inflamatória: entenda as diferenças

Os reumatologistas costumam classificar a lombalgia em dois tipos principais: mecânica e inflamatória.

“Conhecer o ritmo da dor, se mecânica ou inflamatória, é importante para a investigação, diagnóstico e tratamento adequados”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), Dr. José Eduardo Martinez.

De acordo com ele, a dor mecânica pode aparecer em qualquer idade, mas é mais comum depois dos 50 anos. Pode surgir de repente ou aos poucos, piora quando você faz esforço e melhora quando descansa. As causas mais comuns são contraturas musculares por sobrecarga, posturas inadequadas e problemas nos discos entre as vértebras.

Já a dor inflamatória pode estar relacionada a outras condições, como as espondiloartrites (espondilite anquilosante, artrite psoriásica, artrite reativa, artrites em doenças inflamatórias intestinais). Este grupo de doenças autoimunes pode acometer a coluna e causar dor, rigidez e redução de mobilidade, explica o coordenador da comissão de Coluna Vertebral da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), Dr. Rafael Alves Cordeiro. “A dor inflamatória pelas espondiloartrites costuma ter início antes dos 45 anos e, diferente da dor mecânica, não melhora com o repouso. Geralmente o paciente acorda com dor e rigidez pela manhã e, por vezes, levanta-se antes do horário programado em função do desconforto que piora em repouso”, alerta o especialista. “A rigidez matinal pode demorar mais de uma hora para melhorar. E mesmo quando o paciente permanece com dor ao longo do dia, ele nota algum alívio ao caminhar e ao se movimentar”, completa.

Exercícios: aliados no tratamento, mas com orientação

O reumatologista Rafael Cordeiro destaca ainda que os exercícios são aliados importantes no tratamento das dores na coluna, mas que precisam ser devidamente orientados para que os pacientes não piorem por realizar exercícios inapropriados ou por executar os movimentos incorretamente. “O médico reumatologista é o clínico especialista em doenças que afetam o sistema musculoesquelético. É um especialista com visão ampla, que investiga e orienta o tratamento das diferentes causas de lombalgia e demais dores na coluna vertebral, tanto em jovens quanto em idosos”.

Super importante: a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) disponibiliza gratuitamente uma cartilha sobre Lombalgia com esclarecimentos e orientações em linguagem simples para qualquer pessoa entender. Você pode baixar este material no site: www.reumatologia.org.br

Sobre a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR)

A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) é uma associação civil científica de direito privado, sem fins lucrativos, fundada em 15 de julho de 1949, na cidade do Rio de Janeiro, pelos médicos Herrera Ramos, Waldemar Bianchi, Pedro Nava, Israel Bonomo, Décio Olinto e outros, tendo mantido desde então sua tradição científica, acompanhando e promovendo o desenvolvimento da especialidade no Brasil e com um importante papel também internacional, especialmente entre os países da América Latina. Filiada à Associação Médica Brasileira, conta em torno de 2 mil associados, congrega 26 sociedades regionais estaduais, assessorias e comissões científicas e representações em associações nacionais e internacionais e junto ao Ministério da Saúde.

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