Repórteres da Tribuna reúnem provas contra a truculência de PM

O repórter da Tribuna, Cahuê Miranda, agredido e preso de forma arbitrária por um policial militar, instantes depois do jogo Atlético x Paraná Clube, na Arena da Baixada, fez ontem exame de lesões corporais no Instituto Médico-Legal. O laudo será encaminhado diretamente ao 9.º Distrito Policial, onde o caso está sendo investigado.

Também ontem o jornalista, acompanhado do repórter fotográfico Valquir Aureliano, esteve reunido com a equipe de advogados do escritório Professor René Dotti. Todas as provas da truculência aplicada pelo PM Robson Luiz dos Anjos, lotado no 13.º Batalhão, estão sendo juntadas, para as devidas providências que serão tomadas.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor) divulgou nota de repúdio à agressão. ?O Sindijor, solidário com o colega vítima de uma prisão imotivada no momento em que atuava profissionalmente, enviou hoje (ontem) ofício à Secretaria Estadual da Segurança Pública pedindo esclarecimentos e, se necessário, punição para quem quer que tenha extrapolado no exercício de suas funções?, afirma o texto do sindicato.

Sábado

Após o jogo, no estacionamento do estádio, uma pequena confusão entre torcedores e a PM chamou a atenção da imprensa.

O repórter-fotográfico Valquir Aureliano já registrava os fatos quando pediu a Cahuê Miranda que pegasse o nome de um soldado, que havia lhe agredido com uma cotovelada. Ao interpelar o PM, este arrancou a tarjeta com o nome da farda e questionou quem estava perguntando e por quê.

O jornalista, então, se identificou como repórter da Tribuna do Paraná e ouviu a seguinte afirmação: ?jornalista e m…, pra mim, é tudo a mesma coisa!? Cahuê questionou:

?E você é o que, então?? Foi o que bastou pro policial perder o controle, dar uma gravata no jornalista e voz de prisão. Instantes depois, nova gravata pra algemar o profissional, que ainda mantinha seus instrumentos de trabalho – notebook, bloco de anotações, caneta e rádio – em mãos. Vale ressaltar que, durante todo o tempo, o repórter manteve sua identificação funcional, um crachá do Grupo Paulo Pimentel com nome e cargo, pendurada no pescoço. Encaminhado ao 8.º Distrito Policial, Cahuê assinou termo circunstanciado por ?desacato a autoridade?.

Ontem a diretoria do Atlético, em telefonema à direção do jornal, também prestou solidariedade ao jornalista.

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