Quadrilha de homicidas presa em Curitiba

A seqüência de assassinatos que vinham manchando de sangue os bairros Capão Raso e Pinheirinho, desde abril, foi elucidada com a prisão de cinco pessoas. A quadrilha, apontada como autora de pelo menos cinco crimes, foi desmantelada na manhã de ontem, durante uma operação que envolveu investigadores da Delegacia de Homicídios, do grupo Tigre e da Polícia Militar.

De acordo com a delegada Iara Dechiche, da Delegacia de Homicídios, com a elucidação dos crimes foi solicitada a prisão temporária de Solange de Souza Alves, 49 anos, conhecida por “Sola”; José Eugênio dos Nascimento, 42, o “Nego Genho”; Marcos Aurélio Batista dos Santos, 30, o “Wiskey”; Daniel Rodrigues Damasceno, 31; e Jéferson Souza Alves, o “Jeff”, que é sobrinho de Solange. Apenas o último continua foragido. Os demais foram presos ontem, nos bairros onde cometeram os crimes.

Assassinatos

Segundo a delegada Iara, o primeiro assassinato ocorreu em 5 de janeiro, quando um indivíduo, identificado apenas por Ricardo, foi morto com mais de 30 facadas em um terreno baldio. Em 7 de abril, Marcelo José Godoy, 28, foi morto com uma facada e tiros, em um terreno baldio.

Os assassinos ainda empalaram a vítima. Exatamente dois meses depois, Jorge Luiz Alves de Souza, 45, foi assassinado com 14 facadas. Ele teve o pênis decepado. Os três eram usuários de drogas e deviam dinheiro para a quadrilha. “Jorge devia R$ 2 mil. Já havia pago R$ 300, mas a eles não perdoaram a inadimplência”, disse Iara.

Josimar Diego de Lima, 22, e Rafael Ricardo de Carvalho, 20, seriam membros do bando. Josimar foi morto em 22 de julho e Rafael em 6 de junho. Ambos foram mortos a tiros.

“Os dois eram usuários, mas deviam começar a ajudar a quadrilha a traficar. Entretanto, passaram a consumir a droga que deveriam vender e foram mortos”, contou a delegada.

Líder

Para Iara, a chefe do bando é Solange. Ela é acusada de planejar os crimes e decretar as sentenças de morte de seus devedores, executadas por seus comparsas. Josimar e Rafael foram assassinados na casa de “Nego Genho”.

Na delegacia, ele afirmou que os dois morreram no quintal de sua casa, mas alegou não ter qualquer participação nos crimes. Todos confessaram o vício por drogas, mas negaram ser assassinos.

“Quem aterrorizava o bairro era o Josimar. Alguém o matou, mas não foi a gente”, alegaram. A delegada solicitou a prisão preventiva da quadrilha e afirmou que irá indiciá-los por tráfico de drogas e homicídio.