Prisão de policiais desfalcou contingente nas cidades do Noroeste do Estado

Após a prisão de dezenas de policiais em cidades do noroeste do Estado, anteontem, o comando da Polícia Militar e a Divisão do Interior da Polícia Civil determinaram, ontem, o remanejamento de pessoal para suprir o desfalque. Também na tarde desta quarta-feira, o único policial – militar – ainda foragido, se entregou à polícia em Umuarama. Com mais esta prisão, foram cumpridos todos os 44 mandados expedidos contra policiais, e não 45, como divulgado anteriormente a polícia havia informado que nove policiais civis haviam sido detidos, quando foram oito. A informação foi corrigida ontem pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp).

Os policiais foram presos por meio da Operação Forças Unidas, das polícias Federal, Civil e Militar, junto com dois vereadores e um vice-prefeito. Eles são apontados como suspeitos de envolvimento em crimes de contrabando e descaminho de mercadorias do Paraguai. Um empresário ainda está foragido, provavelmente naquele país.

Dos policiais presos, 36 são militares. Dos oito civis, dois são delegados, quatro investigadores e outros dois são funcionários das Prefeituras de Ivaté e São Jorge do Patrocínio, emprestados às delegacias para a função de escrivães. Os policiais eram de Umuarama, Icaraíma, Iporã, Ivaté, Cianorte e Cruzeiro do Oeste, onde fica a sede do 7.º Batalhão da PM, que cobre a região.

Para suprir a ausência, parte do pessoal da sede do batalhão da PM foi remanejada para os demais municípios e policiais que estavam de férias foram chamados de volta ao trabalho. Além disso, homens da Rotam (Rondas Ostensivas Tático Móvel) foram levados de Curitiba para Umuarama até que seja normalizada a situação. O comando da PM garantiu que todos os postos que ficaram sem policiais foram devidamente ocupados.

Delegados

No que se refere ao envolvimento dos policiais civis, o delegado-chefe da Divisão Policial do Interior, Luiz Alberto Cartaxo, não acredita no envolvimento dos dois delegados. ?Creio que é mera suspeita?, afirma o delegado, também presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (Adepol).

Ele informou que, por enquanto, responderão pelas comarcas (as quais não identificou) o delegado adjunto de Umuarama e um delegado remanejado de Curitiba. ?Mas se nada for provado contra os delegados, retornarão aos locais onde estavam?, atesta Cartaxo, que teceu uma crítica à forma como foram determinadas as prisões: ?Acho que houve inversão; não se prende para investigar, mas se investiga para prender?. Todos os policiais foram transferidos para Curitiba e cumprirão o restante dos trinta dias de prisão temporária na capital.

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