Ação

Presos suspeitos de desviar indenizações de pescadores

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou na terça-feira (05) a “Operação Tarrafa”, que levou à cadeia oito pessoas e cumpriu nove mandados de busca e apreensão em empresas e residências em Paranaguá, Curitiba, Antonina, Guarapuava e Ponta Grossa. Um dos mandados foi cumprido no edifício comercial Antares LM, na Avenida João Gualberto. O Gaeco ficou lá das 6h até as 8h30. O motivo da operação foram investigações sobre desvios de indenizações destinadas a um grupo de pescadores do litoral paranaense, prejudicados por dois desastres ambientais que ocorreram em 2001.

A investigação foi conduzida pela 1.ª Promotoria Criminal de Paranaguá e teve o apoio do Gaeco para o cumprimento dos mandados. Entre os oito presos há um juiz de Vara Cível, um cartorário e representantes de pescadores, inclusive um diretor da Federação de Pescadores do Paraná. Outras 13 pessoas também foram levadas à promotoria para prestar esclarecimentos, mas não foram detidas. De acordo com o Ministério Público, entre os materiais apreendidos estão documentos, computadores e telefones celulares. Com três presos ainda foram encontradas armas de fogo, com as autorizações de porte vencidas.

Reclamação geral

As investigações iniciaram em maio, depois que pescadores procuraram o Fórum Cível de Paranaguá para pedir ajuda, já que descobriram que o dinheiro das indenizações a que eles tinham direito tinham sido depositados em contas judiciais, em 2012, porém era desviado pelos advogados que os representaram na causa. Investigações apontaram que há  envolvimento de contadores, administradores de empresa, funcionários públicos e representates dos pescadores, todos envolvidos com a apropriação indébita, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Os pescadores entraram com ação contra a Petrobrás, por conta dos vazamentos de óleo do Poliduto Olapa e de nafta do navio Norma, ambos ocorridos em 2001, e que poluíram a Baía de Paranaguá, rios, mangues e ilhas próximas. Por causa disto, pelo menos 6 mil pescadores, catadores de carangueijo e marisqueiro precisaram interromper as atividades por quase oito meses e muitas famílias passaram necessidade. Para piorar, também ficaram 51 dias parados em 2004, por causa do vazamento de óleo do navio Vicunha. Só no mês passado os pescadores começaram a receber suas indenizações, referentes ao crime ambiental de 2001.

No meio deste processo, dois advogados, Levi de Andrade e Jorge Luiz Mohr tentaram captar clientes do caso dos pescadores de forma ilícita. A Ordem dos Advogados do Brasil – seção Paraná (OAB-PR) interveio, investigou e deu 180 dias de suspensão para ambos. Em maio, eles foram presos pela Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas, que também investigava o esquema

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