Presidiário executado com 13 tiros na barriga

?Se tiver que matar, eu mato. Se tiver que morrer, eu morro.? Esta frase foi dita durante uma entrevista em agosto de 2003, por Antônio Edcláudio Alves, conhecido como ?Passarinho?, 38 anos, quando foi preso. E, como se fosse uma profecia, a afirmação se cumpriu. Ontem, às 15h, ele foi executado com 13 tiros na barriga, quando caminhava pela Rua João Crysóstomo da Rosa, Moradias Cajuru.

?Passarinho? cumpria pena por tentativa de homicídio, na Colônia Penal Agrícola (CPA), em Piraquara. No final de semana, ganhou alvará para ficar com a família e comemorar o aniversário de uma de suas irmãs. Quando caminhava pela rua, um carro ocupado por dois homens passou e o passageiro efetuou os disparos. ?Passarinho? ainda tentou escapar entrando na casa de um conhecido, mas não conseguiu fugir e tombou morto, na porta da moradia.

Comentários de populares, no local, eram de que ?Passarinho? estaria em guerra com a ex-mulher, por causa de uma casa comprada com o dinheiro do tráfico de drogas e assaltos.

?Ela mandou matar?, disse uma mulher, que prefere não se identificar. A irmã da vítima, Mara Alves, acariciava a cabeça de ?Passarinho?, já sem vida. ?A justiça na terra é muito falha. Só acredito na Justiça divina?, disse.

Denúncia

Em maio de 2003, moradores denunciaram à reportagem que os traficantes haviam tomado conta das Moradias Cajuru. Eles estavam ajudando a população carente, com remédios, alimentos e pagamento de advogados. Em troca, os ?barões do tráfico? ganhavam o silêncio da população. As pessoas também denunciaram que os traficante eram responsáveis por vários homicídios.

Depois disso, ?Passarinho? e outras pessoas passaram a ser investigados pela Delegacia de Homicídios. No dia 19 de agosto de 2003, ele foi preso sob a acusação de tentar matar Abel de Moura Magalhães, 21. O rapaz levou um tiro na barriga, às 21h do dia 5 de agosto, na Rua Jacinto Torres, nas Moradias Cajuru. ?Passarinho? também foi acusado de praticar vários assaltos no Paraná e em Santa Catarina.

Investigações

O investigador Pimentel, da Delegacia de Homicídios, que atendeu o caso junto com seu colega Castro, apurou que a execução foi motivada por causa de uma dívida.

?Foi desavença por causa de dinheiro. Ele pegou o dinheiro para construir uma casa e não devolveu?, disse. Pimentel não descarta outras hipóteses, já que o que não faltava para ?Passarinho? eram inimigos.

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