Prédio da Universidade Tuiuti é consumido pelo fogo

Foto: Alberto Melnechuky

Até a noite incêndio não havia sido controlado e havia risco de explosão.

Um incêndio consumiu cerca de 60% do prédio da Universidade Tuiuti, no bairro Mercês, na noite de ontem. O fogo começou entre 19h15 e 19h30 e foi detectado por um dos três seguranças. Não houve vítimas.

Os bombeiros trabalharam durante toda a noite para impedir que as labaredas atingissem materiais explosivos de outras alas da edificação e, até o fechamento dessa edição, o sinistro não havia sido controlado.

Um dos seguranças explicou que viu fumaça na parte de trás do bloco central, onde funciona secretaria e tesouraria. Por ser período de férias, ele disse que tudo estava fechado e os equipamentos, desligados. A causa deverá ser averiguada, hoje, por peritos do Instituto de Criminalística.

Até o fim da noite, as labaredas ainda estavam altas e o fogo se alastrava para outros blocos. Um laboratório térreo tinha chamas azuis, o que indicava algum tipo de combustível sendo incendiado com risco de explosão. Diversos caminhões-tanque, viaturas de combate a incêndio e até um caminhão-escada, dos bombeiros, estiveram no local. Equipes da Sanepar foram acionadas para ajudar na busca por fontes de água. Além de hidrantes, até a piscina do Colégio Positivo Júnior, que fica ao lado, foram usadas.

Aulas

Cerca de cinco mil alunos de cursos da área biológica, que iniciariam as aulas na próxima segunda-feira, terão a data adiada. A Rua Marcelino Champagnat, onde fica a universidade, foi bloqueada desde a Rua Cândido Hartmann, na Praça da Ucrânia, até a Rua Fernando Simas. O bloqueio, aliado ao grande número de curiosos, deixaram o trânsito lento ao redor.

Edificação era tombada

O prédio, em estilo neoclássico, foi tombado pelo patrimônio histórico. Antes de ser alugado pela Sociedade Educacional Tuiuti, em 1972, lá existia o Juvenato Marista Paranaense. Em 1997, as já Faculdades Integradas Tuiuti receberam o título de universidade. Outros campus foram criados e, no Champagnat, continuaram funcionando Biomedicina, Ciências Biológicas, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal, Tecnologia em Bioprocessos e Biotecnologia e Terapia Ocupacional.

História destruída

Cleri Matos Cleon, que além de aluna, foi professora de Psicologia da instituição por 15 anos, explicou quais áreas foram atingidas. A capela, preservada da época em que o prédio pertencia à Congregação Marista, foi destruída e os vitrais antigos estouraram com o calor. No bloco central, funcionava a biblioteca, secretaria e tesouraria, além de salas de aula no andar superior. Com o vento, o fogo se alastrou para o bloco à direita, onde funcionava toda a área clínica de psicologia e fisioterapia, teatro, arquivos e o salão nobre. O bloco à esquerda do prédio central quase não foi atingido, onde funcionavam salas de aula e um refeitório.

?Aí está a história de milhares de paranaenses. É uma história que não tem como se recuperar. É meu arquivo, minha história?, relatou, emocionada, a professora, que lia na sacada de seu apartamento, quando viu as labaredas e correu para universidade. ?Vim achando que poderia fazer algo?, lamentou.

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