Polícia Civil prende autor da chacina do Arvoredo

Há nove anos procurado pela polícia, Paulo Rogério Moraes, 34 anos, foi preso em Guaratuba na tarde de sábado (29) e apresentado ontem (1°), pela delegacia de Araucária. Ele é suspeito de ter cometido seis homicídios, desde 2004, com a participação na chacina na invasão Portelinha, Jardim Arvoredo, em Araucária, em 28 de março, quando quatro homens foram mortos. Carlinhos, como é conhecido, nega os crimes e alega que pagou até o velório das vítimas da chacina. “Eram meus amigos. Vou provar que não tenho nada com isso”, se defende. Ele administra a venda de terrenos e controla a invasão Portelinha.

O delegado de Araucária, Amadeu Trevisan, não contesta a defesa, mas confirma que duas armas, dos mesmos calibres usados na chacina, estavam com Carlinhos. “Vou encaminhar as armas, projéteis para exames periciais”, diz Trevisan.

Carlinhos foi preso na invasão Mirins, em Guaratuba e ao chegar em Araucária, apontou o local onde estavam guardadas uma metralhadora calibre 9 milímetros, com silenciador, e uma pistola calibre 380. Ele justifica a posse das armas como estratégia para se defender de inimigos.

Investigação

Foram seis meses de investigação, até que a prisão ocorresse. “Nem ele acreditava mais em punição, porque desde 2003 ele estava solto em Araucária. É uma pessoa perigosa. Percebe-se pela maneira com que ele ri da situação e responde às perguntas. É indiferente ao ser humano e debochado”, analisa o delegado. Antes, Carlinhos ficou detido por oito meses, acusado de um homicídio em 2002.

Nem a presença da viúva de Francisco Moreira da Silva, assassinado em 5 de março, na frente das filhas de 4 e 6 anos, comoveu o suspeito. “Ele disse à mulher que nem a conhecia, mas ela o reconheceu como autor do crime. Carlinhos queria de volta o terreno que vendeu a Francisco e o matou. Enquanto, normalmente, as diferenças se resolvem conversando, ele elimina quem se opõem”, acrescenta Tadeu Trevisan.

Chacina

Em 28 de março, Décio Gonçalves de Souza, 35 anos, Josenildo da Silva, 17, Marcelo Natalino dos Santos, 34, Marco Vaz Neves, da mesma idade, foram mortos quando iam para o trabalho.

O Gol onde estava o quarteto foi cercado por duas motos e um carro. Cada vítima recebeu sete tiros, mas segundo a perícia do Instituto de Criminalística foram disparos mais de 50 tiros contra o Gol.