PM será denunciado por morte de estudante, diz promotor

O promotor Marcelo Rocha Monteiro, encarregado do caso da morte do estudante Daniel Duque numa boate de Ipanema, na zona sul do Rio, no último dia 28, anunciou nesta segunda-feira (7) que vai denunciar esta semana o policial militar Marcos Parreira por homicídio doloso, praticado com intenção de matar. O promotor decidiu seguir o entendimento do inquérito da Polícia Civil, que descartou tiro acidental. Monteiro, no entanto, não afastou totalmente a hipótese levantada pela defesa de Parreira, que alegou legítima defesa.

"A prova do inquérito não é conclusiva. É apenas um ponto de partida. A prova concreta, o juízo conclusivo só deverá ser feito no curso do processo. No momento, não é possível descartar nenhuma hipótese", afirmou o promotor.

Daniel foi baleado na saída da boate Baronetti na madrugada do último dia 28. Antes de fazer o disparo que matou o estudante, o soldado PM ainda atirou duas vezes para o alto. Marcos Pereira trabalhava na escolta de Pedro Velasco, filho da promotora Márcia Velasco, cuja família é ameaçada de morte pelo traficante Fernandinho Beira-Mar. Um amigo do grupo de Duque teria provocado um rapaz da turma de Velasco, iniciando uma confusão.

As circunstâncias, segundo o promotor, precisam ser esclarecidas com uma série de depoimentos em juízo, do réu aos companheiros dos jovens e testemunhas. Segundo Monteiro, somente numa fase posterior do processo será definido se o PM será levado a júri popular. Paralelamente ao processo criminal, o soldado Pereira enfrenta processo interno na PM.

A mãe do estudante morto, Daniela Duque, disse que a denúncia "mostra que estamos no caminho certo (da condenação)". Apesar do envolvimento de um segurança de membro do Ministério Público no caso, o promotor afirmou que não sofreu qualquer pressão do procurador-geral de Justiça do Estado do Rio, Marfan Vieira, para conduzir o caso. Segundo ele, o andamento do caso seguirá padrões normais e com o rigor necessário.

Voltar ao topo