"Comendador" preso

PM se surpreende com denúncia e acha o ‘Império da Maconha’

Policiais militares do 17º Batalhão não esperavam que uma denúncia anônima poderia surpreendê-los de tal forma como aconteceu. Na tarde desta sexta-feira (9), eles foram até uma chácara, na área rural de São José dos Pinhais, e lá encontraram um laboratório completo para a produção de maconha. Mais de 20 pés da erva, aproximadamente 20 quilos da droga já pronta para consumo, além de armas artesanais e balanças foram apreendidas no local. Outra denúncia anônima nesta semana rendeu a apreensão de 14 pés gigantes da erva.

O dono da chácara, de 34 anos, e a namorada dele, de 35, foram presos. Eles não resistiram a ação policial e o homem disse apenas que as plantas todas encontradas no local eram para o próprio consumo.

Segundo o capitão Cleverson Machado, há dias os policiais tinham conhecimento que o local, que ficava em uma área rural, na Rua Carlos Kusma, bairro Faxina, funcionava na verdade para uma espécie de cultivo da erva para suposta produção da droga. “Esperamos o momento certo e ao entrar na chácara, nos surpreendemos”, disse.

Os policiais, que esperavam encontrar apenas alguns pés de maconha plantados na área rural, se depararam com um espaço, que apesar de pequeno, preparado para a produção da droga do começo ao fim. “Encontramos 28 pés de maconha plantados e mais 20 quilos da droga já pronta para o consumo, esperando a venda”.

Em outro espaço, os PMs encontraram uma sala, que funcionava como laboratório para fazer com que as mudas da erva crescessem. “Tinham inclusive iluminação e estrutura diferenciada para a produção da droga”, explicou o capitão. A droga era adubada com os próprios dejetos do casal. “Uma espécie de cano ligava o banheiro ao local onde ficava a preparação”.

No meio da plantação, os policiais encontraram armas artesanais usadas para a caça. “Foram colocadas em pontos estratégicos, certamente para afastar alguém ou animais que se aproximassem”. As armas, que foram apreendidas, eram feitas à mão, mas usavam munições reais de espingarda.

A arma artesanal e duas balanças foram apreendidas no local.

O dono da chácara negou que vendesse a droga. Ele disse aos policiais que a maconha era produzida sim no local, mas para consumo próprio. O homem disse também que aprendeu a preparação pelo YouTube, segundo os policais.

A namorada do dono da chácara disse que não sabia o que era feito no local. Ela, que afirmou ser professora da Universidade Estadual de Maringá, no Norte do Paraná, chegou a ameaçar equipes de reportagem para que não dessem o nome dela.

Os pés de maconha eram tão grandes e volumosos que os policiais precisaram do apoio do módulo móvel da PM para auxiliar no transporte. A droga já pronta para o consumo, as armas artesanais, duas balanças (uma de precisão e outra de peso normal), um simulacro de arma e todos os pés de maconha foram encaminhados, junto com o casal, à Delegacia de São José dos Pinhais.

Trabalho intenso

A apreensão dos pés de maconha foi resultado de uma longa operação que os policiais do 17º Batalhão fizeram nessa semana, em São José dos Pinhais. Nos últimos dias, além da plantação da droga, outras cinco ocorrências resultaram em prisões e apreensões na cidade. Os policiais encaminharam à delegacia da cidade mais de 10 pessoas em diferentes situações.

Desde o começo do trabalho, na quinta-feira (8), foram tirados de circulação quatro s,imulacros de armas de fogo e um revólver calibre 38. Entre as situações, um homem que se intitulava policial foi preso e um bandido com uma moto roubada foi detido depois de assaltar uma farmácia na cidade. Ainda na quinta-feira um trio foi preso momentos depois do assalto a um mercado no bairro Quississana.

Nesta sexta-feira (9), enquanto parte dos policiais trabalhavam na apreensão dos pés de maconha, outros prendiam quatro pessoas e a apreendiam um adolescente. Eles foram abordados na Rua Maringá, no bairro Boneca do Iguaçu e, com eles, além de drogas, foi encontrado um revólver calibre 38. Foram apreendidos 220 gramas de maconha e 18 gramas de cocaína.

Para o capitão Cleverson, o trabalho é uma resposta às denúncias da população. “O povo de São José dos Pinhais é muito receptivo e muito próximo da polícia. É assim que fazemos o nosso trabalho, pois dependemos das denúncias, das informações passadas pelas pessoas”, explicou.