Nove funcionários da Vivo morrem em acidente

O vazamento de água na pista de uma rodovia pedagiada causou uma tragédia às 4h de ontem, no quilômetro 498 da BR-376, quase na entrada de Ponta Grossa. Nove funcionários da empresa de telefonia celular Vivo e o motorista da van que os transportava morreram numa colisão frontal com um caminhão. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), o acidente foi causado pela lama que tomava conta daquele trecho de asfalto.

Todas as vítimas moravam em Maringá e voltavam de uma confraternização de final de ano em Curitiba. O motorista Joaquim Ferreira de Melo, 43 anos, perdeu o controle da Sprinter AZV-7777, de Maringá, sobre o trecho enlameado. A van cruzou o canteiro central e bateu de frente no caminhão Scania 112, placa ADZ-3540, de Paiçandu (PR), que carregava um contêiner e vinha no sentido Ponta Grossa-Curitiba. A van partiu-se ao meio, os bancos foram arrancados e todos os ocupantes morreram na hora. O condutor do caminhão, Cícero Teodoro dos Santos, sofreu ferimentos leves.

Segundo o cabo Osmar Koslouski, do posto da PRE de Furnas, que atendeu o acidente, não houve falha do motorista da van. “Ele deslizou sobre a lama e não teve como controlar o carro”, afirmou. O condutor da Scania confirmou que a Sprinter atravessou a pista cinco metros à sua frente e a colisão foi inevitável.

Os passageiros da van eram Ângela Rossina Godoy, 21 anos; Flávia Morales Graziano, 23; Wilson Ribeiro dos Santos, 36; Marcos César Castanharo, 23; Rodrigo dos Santos, 21; Robson Fernando da Costa, 24; Leaquim do Prado Júnior, 28; Gendi Miyoshi Júnior, 25, e Carlos Eduardo Mantovani da Silva, idade não fornecida.

Divergência

A lama que causou o acidente provinha de uma adutora da Sanepar de 30 cm de diâmetro, enterrada a quatro metros do solo, em uma encosta. A concessionária Rodonorte, administradora do trecho, disse que não foi informada da existência da adutora, mas admite que um pequeno vazamento foi detectado às 21h de quarta-feira. De acordo com a empresa, a Sanepar foi acionada e prometeu verificar a origem do excesso de água dentro de oito horas.

Segundo o engenheiro Plínio Vivan Filho, gerente de conservação e manutenção da Rodonorte, a concessionária não poderia prever que a água vinha do duto e que ele poderia se romper. “Foi algo instantâneo. A lama espalhou-se rapidamente pela pista porque o volume de água era grande”, afirmou, ao tentar explicar porque a rodovia não foi sinalizada. Uma das possíveis causas do rompimento é a passagem constante de trens pela ferrovia que fica acima do duto.

A Sanepar contesta a versão da Rodonorte, e afirma que em nenhum momento foi comunicada sobre o vazamento. Testemunhas relataram que horas antes do acidente já havia acúmulo de lama na pista.

A Polícia Científica periciou veículos e o local do acidente. O laudo será encaminhado dentro de 30 dias à Polícia Civil de Ponta Grossa, responsável pela investigação.

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