Desde que a casa de Cenira da Luz, de 47 anos, deu vez ao assassinato de dois irmãos na Vila Torres, Prado Velho, no dia 06, a vida dela virou um transtorno. No mesmo dia, ela foi intimada a prestar depoimento à Delegacia de Homicídios (DH) e, quando voltou para o bairro, viu sua casa dominada por bandidos. Desde então, ela, a filha e a neta de oito meses foram impedidas de voltar para casa e dormem na casa de amigos.
Tiago e Diego Batista do Rosário, de 20 e 18 anos, foram mortos na Rua Irinei Adami, mais uma vez como resultado da briga de gangues da vila. Cenira jantava com a família quando os bandidos entraram em seu terreno para matar os dois. “Fui na Homicídios e contei tudo para eles. Saí só com a roupa do corpo e quando voltei eles tinham invadido”, contou.
Segundo Cenira, os invasores colocaram uma placa de “Aluga-se” na casa. Ela disse que moradores da vila contaram a ela que os móveis foram retirados. “Tiraram tudo, fizeram três viagens com as coisas. Não sei para quem pedir ajuda”. A casa ao lado, da qual ela também é proprietária, também foi invadida. “Tinha oito inquilinos. Saíram só com a roupa do corpo também”, disse. Cenira afirma que sua família foi ameaçada de morte e responsabilizada pelo assassinato dos irmãos e por medo quer vender o imóvel.
A assessoria de imprensa da Polícia Militar informou que a vítima pode procurar o serviço de proteção a testemunhas, mas não pode fazer a escolta dela pra casa por caracterizar segurança privada. A investigação sobre o crime de invasão de domicílio é de responsabilidade da Polícia Civil.