Grávida torturada e morta no Tatuquara

Pai, mãe, filha adolescente e um conhecido da família foram seqüestrados domingo à tarde, em Piraquara. Três deles seriam libertados horas depois, mas Gislaine Maria Martins, 15 anos, grávida de três meses, não sobreviveu à ação dos bandidos: foi torturada e morta a tiros, no início da Rodovia do Xisto, Tatuquara. O bárbaro crime teria relação com o amásio da jovem, preso pela delegacia de Piraquara.

Moradores de Piraquara, Gislaine e família estavam de mudança para São José dos Pinhais. A garota, os pais e um amigo que colaborou no transporte da mobília voltavam da nova casa quando foram atacados, às 18h de domingo.

Os bandidos, ocupando um Fiat Tipo preto, interceptaram o caminhão de mudanças e levaram as quatro vítimas como reféns. Gislaine, com o corpo marcado por agressões e tiros, seria encontrada morta às 23h, na Rodovia do Xisto.

O pai, a mãe e o caminhoneiro, levados pelos bandidos, foram abandonados na margem da BR-116, em Campina Grande do Sul, quase divisa com São Paulo. O caminhão Mercedes-Benz ACO-8747 foi levado pelos autores e não havia sido localizado até a noite de ontem.

À tarde, parentes de Gislaine e mais uma testemunha do crime prestaram depoimento na delegacia local. Um dos seqüestradores teria sido reconhecido e a polícia já possui a sua provável identidade.

Tráfico

Segundo o investigador Maciel, da delegacia de Piraquara, o crime provavelmente tem relação com o tráfico de drogas. O amásio de Gislaine, Wellington Henrique Batista, foi preso pela Polícia Militar poucas horas antes do seqüestro, por dois assaltos cometidos na cidade. Seria ele o alvo dos criminosos, mas de acordo com o delegado Carlos Mastronardi, Wellington reluta em falar sobre o crime.

A polícia suspeita que uma gangue estaria promovendo uma “limpeza” na região. Traficantes estariam assassinando quem consideram potenciais informantes dos policiais ou eventuais concorrentes no comércio de entorpecentes. Não está descartada a ligação do assassinato de Gislaine com um duplo homicídio ocorrido na mesma noite, no Jardim Holandês, também em Piraquara, no qual dois primos foram executados com vários tiros, após terem sido retirados de dentro de casa, com muita violência.

Duplo assassinato teria ligações com morte de menor

Três homens invadiram uma casa na Rua Sebastião Vitor dos Santos, Jardim Holandês, Piraquara, com intenção de matar. Depois de ameaçar os primos Rafael Moreira, 16 anos, e Fernando Sanches Lara, 19, por quase meia hora, os desconhecidos levaram os rapazes para fora e os executaram a tiros, na Rua das Andorinhas, a uma quadra de distância da residência, às 20h30 de domingo.

Segundo uma parente das vítimas, que estava na casa no momento da invasão, os assassinos de intitularam policiais de Colombo. Armados, eles teriam pedido dinheiro, drogas e armas, e perguntaram sobre um “cagüeta” (informante da polícia). “Falei que na minha casa não tinha nada disso”, contou a testemunha. Os dois jovens chegaram a ser agredidos com coronhadas.

Execução

Depois de muita pressão, os quatro invasores levaram os primos para a Rua das Andorinhas – local deserto e escuro. Ali, os dois foram assassinados com vários tiros. Os autores fugiram num carro não identificado, dirigido por outro criminoso.

As vítimas não tinham passagem pela polícia – segundo a família, Fernando era do Norte do Estado e mudara-se há pouco tempo para a região. O investigador Cruz, da delegacia de Piraquara, disse que o tio de um dos rapazes está preso por tráfico de drogas – atividade provavelmente ligada ao duplo assassinato, segundo o delegado da cidade, Carlos Mastronardi. “Há uma disputa pelo comércio de drogas na área. O modo como o crime foi planejado também indica relação com o tráfico”, falou o delegado, que disse dispor de nomes e apelidos de alguns suspeitos.

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