Golpista do Banco do Brasil é preso em Foz

Um dos supostos líderes de um golpe milionário no Banco do Brasil foi preso ontem, em Foz do Iguaçu. Estima-se que a quadrilha de Narciso Oliveira Filho roubou R$ 187 milhões do banco. Segundo a Promotoria de Investigação Criminal (PIC), uma armadilha foi preparada para prender o golpista. Pessoas presas na quarta-feira colaboraram para a detenção de Narciso. Com isso, terão suas penas reduzidas, caso sejam condenados.

A tática utilizada pelos comparsas de Narciso foi convencê-lo a viajar do Rio de Janeiro para Foz do Iguaçu, onde foi preso ao desembarcar. A PIC, porém, afirmou que ainda não há elementos para apontar Narciso como o cabeça da quadrilha. Mas há a certeza de que ele ocupa um posto importante no grupo.

Pelo menos três funcionários do Banco do Brasil podem estar envolvidos na quadrilha, que usava “laranjas” para receber as transferências. Perícia realizada ontem pela Polícia Federal na agência de Caldas Novas (GO), onde foi originado o golpe, constatou o uso de senhas de três funcionários da agência, que deverão depor no inquérito.

Com o auxílio do bancário Elson Rezende Marins, funcionário da Caixa Econômica Federal e também um dos prováveis líderes da quadrilha, preso em flagrante, os golpistas transferiram grande soma de recursos de um posto de serviços que funciona na Pousada do Rio Quente, em Caldas Novas, para agências do Banco do Brasil em pontos distintos do País. Foram R$ 187 milhões para seis estados brasileiros: Bahia, Ceará, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná. Para este último, foram transferidos R$ 3 milhões para Santa Helena, R$ 8 milhões para Marechal Cândido Rondon e R$ 1 milhão para Foz, que deveria receber mais R$ 12 milhões.

O dinheiro foi parar na conta de correntistas laranjas e 12 deles foram presos quando tentavam efetuar o saque na boca do caixa. Até agora, 14 pessoas foram presas em flagrante e outras 20 serão indiciadas no inquérito, mas responderão em liberdade porque escaparam do flagrante. Interrogado ontem, Marins recusou-se a colaborar. Ele ficaria com a maior fatia do dinheiro desviado. Os presos são de Goiás (3), Paraná (7), Ceará (2) e Rio Grande do Sul (2). A Polícia Federal investiga a possível ramificação do grupo em São Paulo, Rio e Minas.

Ele informou que o dinheiro era do próprio Banco do Brasil e não de correntistas, o que denuncia a colaboração interna ao bando. Todos os envolvidos serão processados por estelionato, furto qualificado e formação de quadrilha.

Voltar ao topo