Duas crianças brincavam com uma arma, até que o gatilho disparou e um projétil atingiu uma delas, no fim da tarde de ontem. Willian Rafael Sales, 14 anos, ferido dentro da casa do amigo, de 12, no Jardim da Ordem, Tatuquara, conseguiu dar alguns passos até o muro da frente da residência, mas não suportou o ferimento. O garoto que teria atirado contra ele desapareceu, assim como a arma usada.
O caso foi atendido pelos investigadores Magalhães e Lopes, da Delegacia de Homicídios. Conforme apuraram, o menino de 12 anos costumava ficar sozinho em casa, enquanto a mãe trabalhava como cozinheira durante todo o dia. Ontem, como em outros dias, Willian foi brincar na casa do colega, a duas quadras de sua residência. Quando a mãe do menino chegou, encontrou o corpo do adolescente junto ao muro e dezenas de vizinhos aglomerados no pátio.
Do lugar onde Willian caiu sem vida, com um tiro na boca, pingos de sangue mostravam que o tiro foi disparado no interior da residência, provavelmente, na sala. Nenhum dos pais dos garotos soube dizer como uma arma foi parar nas mãos deles. “Não sabemos de quem era arma nem se era um revólver ou pistola”, comentou Magalhães. Depois do tiro, o menino de 12 anos sumiu e, até depois dos trabalhos da polícia, não havia sido localizado. A arma também não foi encontrada. Não se sabe se o garoto a carregou consigo ou se alguma das pessoas que foram tentar os primeiros socorros a pegou.
Desespero
A mãe de Willian teve de ser levada a um hospital, em estado de choque. O pai se negava a abandonar o corpo do filho, já dentro do camburão do IML, e foi carregado por vizinhos e amigos. Nos próximos dias, a polícia deverá ouvir os pais das crianças e o menino que teria atirado, para descobrir como a arma surgiu e a quem ela pertence. Com o caso esclarecido, a responsabilidade será imputada ao proprietário da arma.