Investigação

Gaeco denuncia três policiais por desvio de peças

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, denunciou ontem cinco pessoas à Justiça de Colombo. Entre eles, estão um tenente do 17.º Batalhão da Polícia Militar, dois investigadores da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (DEDC), o funcionário de uma seguradora e uma advogada. Eles são acusados de desviar produtos roubados.

O promotor do Gaeco, Leonir Batisti, explicou que, em fevereiro de 2012, a DEDC encontrou num barracão em Colombo várias cargas roubadas e descobriu que os ladrões também retiravam peças dos caminhões. Antes que todo o material fosse catalogado e levado à delegacia, os investigadores, com a ajuda do tenente, desviaram 42 pneus usados e montados com roda, sete baterias e um tanque de combustível para outro barracão em Curitiba.

Os policiais tentaram vender o material desviado, mas como não encontraram compradores, segundo o promotor, pediram a um borracheiro que retirasse os pneus das rodas. No transporte do material até a oficina, o borracheiro, que não sabia que eram produtos roubados, foi interceptado pela Polícia Rodoviária Federal e levado com a carga à delegacia de Quatro Barras.

O promotor do município suspeitou do caso e mandou todos para o Gaeco, que desvendou o crime. Além dos policiais, o funcionário de uma seguradora e a advogada de um dos policiais fizeram parte do esquema. Ela ofereceu pagar o frete ao borracheiro, para que ele não contasse à polícia onde pegou as rodas e pneus.

Acusações

Os policiais e o funcionário da seguradora são acusados de peculato e a advogada, de corrupção ativa de testemunha. O Gaeco não tem indícios que os policiais tenham envolvimento em outros desvios de produtos apreendidos e acredita em caso pontual.

Os nomes dos detidos não foram divulgados. Batisti apenas revelou, à Tribuna, o nome do tenente Marcelo Freitas Barbosa, preso em junho do ano passado pelo Gaeco, suspeito de fazer parte de uma quadrilha responsável por pelo menos oito homicídios, roubos e comércio de armas, em Campina Grande do Sul.