Extorsão, prostituição e morte

A polícia já tem o nome do autor e da mandante do assassinato de Andréia Lesak, 24 anos, encontrada morta dentro de um poço, no Pinheirinho, no final da tarde de quarta-feira. Com a elucidação do crime a polícia acredita que elucidará outros na região e irá desbaratar uma quadrilha de traficantes, cujos líderes pertencem aos quadros das polícias Civil e Militar. Andréia tinha dois mandados de prisão decretados pela Justiça por roubo.

Programa

O delegado Sebastião Santos Ramos Neto, da Homicídios, que investiga o caso, apurou que Andréia foi morta porque se recusou a pagar o “pedágio”, cobrado por um mulher conhecida como Eliane, que controla a prostituição na BR-116, em frente à empresa Pluma. Segundo o amásio da vítima, Léo Henrique Dias, que prestou depoimento ontem pela manhã na Delegacia de Homicídios, Andréia fazia ponto no local. Há aproximadamente quinze dias, teria feito um programa e cobrado o valor de R$ 50,00. Quando a moça retornou, Eliane foi ao seu encontro e avisou que ela teria que pagar R$ 30,00. Andréia se recusou a entregar o dinheiro e disse que só dava R$ 10,00, porque ela que “trabalhou” não poderia ficar com uma quantia menor que a outra. Eliane teria avisado que o ponto é dela e que todos, prostitutas e travestis, que prestam serviços naquele local eram obrigados a pagar, caso contrário seria, punidos, e fez uma ameaça à moça: “Vamos te pegar”. Andréia não deu importância para a ameaça, mas comentou com várias pessoas o que havia ocorrido.

Para vingar-se da jovem, Eliane contratou o indivíduo conhecido como “Rodrigo Perverso”, para assassinar Andréia. A mulher deu duas pedras de crack para o rapaz como adiantamento pelo “serviço” e prometeu lhe dar certa quantia em dinheiro quando ele matasse a jovem.

Execução

Na noite do último dia 17, Rodrigo foi até a BR-116 para se encontrar com Andréia. Ele combinou um programa e a levou para o terreno de uma fábrica desativada, na Rua João Chede. Lá chegando, ele nem tentou manter relações sexuais com a moça. Bateu em sua cabeça, depois a esganou com um fio de luz e amarrou uma pedra em sua cintura, jogando o corpo dentro do poço.

Após o crime, ele retornou para a rodovia onde se encontrou com Eliane e avisou que já havia consumado a encomenda. Eliane não acreditou e, para provar, Rodrigo a levou até o local e mostrou o cadáver da jovem dentro do poço.

O corpo da vítima só foi achado dez dias depois, por três homens que entraram no terreno e sentiram um forte cheiro vindo do poço. Um deles abriu a tampa e percebeu pernas e braços saindo da água. Assustados, eles correram para rua, onde passava naquele momento um soldado do BPTran, que confirmou a situação e pediu apoio.

Investigações

O delegado Sebastião Santos Ramos Neto informou que irá representar pela prisão preventiva de Eliane e Rodrigo. “Por enquanto, as informações que temos é de que Eliane também controla o tráfico na região e quem forneceria droga seria um sargento da Polícia Militar e um investigador da Polícia Civil. Se for comprovada qualquer participação deles no crime de homicídio serão responsabilizados. Agora se os dois só estiverem envolvido, com o tráfico de drogas, irei comunicar os comandos da Polícia Militar e da Polícia Civil para que sejam tomadas providências”, ressaltou o policial. Ele salientou que é preciso tomar cuidado para não cometer injustiças. Por este motivo irá certificar-se do envolvimento dos policiais para depois divulgar seus nomes.

Ele adiantou que uma das testemunhas disse que vários casos de atropelamentos na região são homicídios. As vítimas seriam prostitutas e travestis que se recusam a pagar pedágio. “Pode ser que a elucidação do caso da Andréia acabe desvendando outros assassinatos”, argumentou o policial.

Voltar ao topo