Estourado cassino de luxo no Água Verde

Um veículo furtado levou policiais da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) a descobrir um cassino de luxo, que estava funcionando na Rua Castro Alves (via rápida centro-bairro), no Água Verde. Na casa foram apreendidos mais de R$ 50 mil em cheques, além de baralhos, roletas e objetos usados em jogatinas. Dois funcionários foram detidos e irão responder a termo circunstanciado por jogo de azar. Um deles também foi autuado em flagrante por falsidade ideológica.

Para a surpresa dos policiais, o proprietário do cassino – Adélio de Jesus Becker -, já atuou no ramo de desmanches junto com Paulo Mandelli (que está foragido) e Joarez Costa França, o "Caboclinho" (que está preso). A casa de jogos era gerenciada pelo filho de Adélio, Paulo Rogério Becker.

Descoberta

Na noite de quinta-feira, um rapaz passou na frente do cassino e viu, estacionado no pário, o Gol placa AJQ-9870, pertencente a um seu amigo. Como também percebeu homens armados dentro da casa, ficou preocupado e resolveu entrar para saber o que estava acontecendo. Constatou ser uma casa de jogos e como não encontrou o amigo, foi embora. Mais tarde ligou para o dono do carro e então soube que o Gol havia sido furtado. Ambos comunicaram o fato a policiais da delegacia competente, que ao fazer uma blitz no local, descobriram a casa de jogos.

"Apreendemos o livro caixa, onde constava um movimento diário em torno de R$ 60 mil", salientou o delegado Ronald de Jesus, que coordenou a ação. Ainda vários cheques, provavelmente de jogadores, sendo todos superiores a R$ 1 mil, foram apreendidos. Um deles chamou a atenção por estar preenchido com o valor de R$ 14.600,00. "Tudo leva a crer que os jogadores apostavam alto", salientou o policial.

Coincidências

O delegado disse que o fato do veículo furtado estar no cassino e do dono do "estabelecimento" já ter envolvimento com desmanches no passado, por enquanto é só uma coincidência. "Podia estar com um cliente. Ainda não sabemos. Temos que apurar", explicou Ronald. Outro fato que chamou a atenção da polícia é que o local onde funcionava o cassino já foi alugado para o investigador da Polícia Civil Aparecido Lopes, mais conhecido como "Nego Cido", 46 anos, que instalou ali uma empresa de segurança. O policial dividia o espaço com o advogado Antônio Pellizette. Em 2003, a Promotoria de Investigação Criminal (PIC) invadiu a casa e arrecadou vários documentos, chegando a prender "Nego Cido", sob acusação de roubo de carro. O policial foi executado com quatro tiros, no dia 29 de março de 2004, no portão de sua casa, no Campo Comprido. Há indicações de que o crime foi praticado pela quadrilha desmantelada na Operação Tentáculos, realizada anteontem pelas políciais Civil e Federal, em Curitiba e região metropolitana.

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