Especialista afirma que só repressão não adianta

Especialistas em segurança e violência destacam que a implantação da UPS é importante para a população, mas ressaltam que a ação não deve se restringir à segurança pública. “O Estado também deve se preocupar em levar outros serviços, como saúde, educação e infraestrutura, como ruas asfaltadas e bem iluminadas. São locais onde há vulnerabilidade econômica e social”, comenta o delegado da Polícia Federal Algacir Mikalovski, coordenador do curso de pós-graduação em Gestão de Segurança Pública do Centro Universitário Curitiba (UniCuritiba).

O professor Pedro Bodê, coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade Federal do Paraná (UFPR), destaca que a presença mais efetiva da polícia deveria ter acontecido há mais tempo. “Claro que se resolve um problema mais imediato, como aconteceu no Rio de Janeiro, onde não há mais traficantes de drogas andando armados. Mas isto não significa uma política de segurança pública”, analisa. O professor também defende a entrada de outros serviços públicos.

Agentes

De acordo com Mikalovski, o diferencial da UPS pode ser o uso da força pública de segurança para diminuir a desigualdade social. “Os policiais devem ter consciência que são agentes de modificação. O tratamento deve ser bem observado, para que a população vá retomando a confiança na polícia”.  Mikalovski destaca ser essencial o mapeamento de pontos críticos do bairro, como tráfico de drogas. “O trabalho do policiamento tem que ser contínuo. O dia a dia precisa ser retomado com a presença do Estado. Não adianta apenas reprimir”.