Marechal Cândido Rondon

Encontrados corpos de vendedor, filha e sobrinho

O vendedor de carros Euclides Henrique Ernzen, 37 anos, conhecido como “Mano”; a filha dele, Bruna Immich Ernzen, 12, e o sobrinho Fabrício Immich Catalan, 2, foram encontrados mortos com tiros na cabeça, na zona rural de Marechal Cândido Rondon, oeste do Estado.

As buscas pelas vítimas tinham começado no domingo. Bruna e Fabrício foram achados, quinta-feira, numa lavoura de milho, Euclides na manhã de ontem, num sítio, a cerca de um quilômetro de onde estavam as crianças. Seu corpo estava enrolado em três cobertores, com uma viga de madeira amarrada.

O soldado Almir Soares, do 19.º Batalhão da PM de Toledo, está preso como o principal suspeito do triplo homicídio. Um tio, um sobrinho e um irmão do policial também estão detidos temporariamente. O irmão e o tio do PM, segundo a polícia, trabalhavam como caseiro e administrador do sítio.

Frieza

De acordo como o relato do sobrinho, de 17 anos, no sábado, Euclides foi até a casa de Almir e deixou as crianças no carro. Os dois discutiram e o policial atirou contra o vendedor.

Depois, foi até o veículo, e matou friamente as crianças com tiros na cabeça. Os parentes de Almir teriam ficado responsáveis pela ocultação dos corpos, enquanto o soldado e o sobrinho se livrariam do carro da vítima.

O PM se apresentou, no início da noite, no 19.º BPM, e deixou o expediente na manhã do dia seguinte, quando comprou gasolina para incendiar o veículo e apagar as provas do crime. Em depoimento na delegacia, o policial disse que só falará em juízo.

Os três estavam desaparecidos desde sábado, quando Euclides saiu de Pato Bragado, onde morava, para Marechal Cândido Rondon, depois receber um telefonema do soldado.

Como os cadáveres já estavam em avançado estado de putrefação, peritos do Instituto Médico-Legal (IML) de Toledo e da Polícia Científica de Cascavel ainda não apuraram com quantos tiros cada vítima foi ferida.

Hipóteses levantadas

O delegado Ary Nunes Pereira, da delegacia de Marechal Cândido Rondon, adiantou que Euclides pode ter sido morto por acerto de contas ou “por encomenda”.

Segundo a polícia, alguns dias antes do sumiço, o soldado teria ameaçado Euclides de morte em uma lanchonete. “As crianças foram assassinadas porque teriam testemunhado o crime ou por pura perversidade do policial”, supôs o delegado.

Segundo o policial, Euclides já tinha passagem pela polícia por receptação e falsidade ideológica. “Ele esteve preso por 60 dias em Guaíra por causa de problema envolvendo veículos”, revelou o delegado. Ele prometeu mais detalhes na segunda-feira.

Enterro

Em clima de revolta, os corpos dos primos Bruna e Fabrício foram sepultados, na manhã de ontem, em Pato Bragado, a 20 quilômetros de Marechal Cândido Rondon.

Parentes, amigos e moradores da cidade, de quase 5 mil habitantes, participaram do velório e atravessaram a cidade até o cemitério. A prefeitura decretou luto oficial.

Voltar ao topo