Angústia

Encontrada ossada que pode ser de menino

Bombeiros encontraram, ontem, em Araucária, a ossada que pode ser do menino Bruce Sthanley Guimarães Andrade, que completaria 11 anos ontem. Ele está desaparecido desde segunda-feira, e suas roupas foram achadas com manchas de sangue. Os ossos estavam espalhados, num raio de um quilômetro dentro do matagal, com acesso pela Rua Tesoureiro, Jardim Califórnia. Perto dali, o menino jogava bola com amigos, em frente à casa da avó, quando sumiu.

Com ajuda de cães farejadores, bombeiros encontraram, no início da tarde, um crânio próximo à barragem do Passaúna. Ossos da perna e uma mandíbula também estavam espalhados na mesma região e foram localizados pela manhã.

A esperança da família de encontrar o garoto com vida diminuiu quando uma bermuda e uma camiseta e duas facas foram encontradas por parentes, no início da noite de quarta-feira. A camiseta estava com três cortes nas costas. Ontem, os bombeiros localizaram um edredom e uma calça, também sujos de sangue.

Crânio

O subtenente Alves, do Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost), dos bombeiros, acredita que a ossada seja da criança. Segundo ele, o corpo pode ter sido devorados por animais. O crânio tinha resquício de massa encefálica. “A arcada dentária parece de uma criança”, deduz.

A delegada-chefe do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), Daniele Oliveira Serighelli, disse que ainda é cedo pra afirmar que os ossos pertencem ao menino, o que será confirmado por exames no Instituto Médico-Legal. A polícia também não confirma a prisão do vizinho, de 19 anos, que teria sido a última pessoa vista ao lado de Bruce.

O superintendente Luiz Costa, da delegacia de Araucária informou que a polícia fez buscas na noite de quinta-feira no Jardim Arvoredo, após receber a notícia que o menino havia sido visto por lá. Ele, porém, não confirmou o envolvimento do rapaz no desaparecimento.

Buscas

Divulgação
Aniversário era preparado.

Bruce é o quinto filho e único menino de Antônio Andrade, que trabalha na construção civil, e da doméstica Eliane Gonçalves, 42 anos, que o descreve como um garoto carinhoso, sem maldade, amigo e que não costumava ficar longe de casa. Para comemorar o aniversário, ontem, Bruce queria uma “festa julina”. A mãe e o avô estavam organizando o “arraial” e tinham combinado de catar lenha pra fogueira.

Eliane disse estar à base de calmante e não conseguir se alimentar direito desde o sumiço da criança. “Eu saio às 7h e volto às 19h do trabalho. Durante a tarde, nas férias, ele fica com a irmã. De manhã, ele me abraçou e disse que me amava”, lembrou Eliane, que tem quatro netos.

Futebol

O pai de Bruce contou que, por volta das 13h30, o menino foi jogar futebol com os amigos em uma rua sem saída. Quando a partida acabou, avisou aos coleguinhas que ia embora com um vizinho, de 19 anos. Os dois seguiram num carreiro de mato em direção à barragem do Passaúna. Mais tarde, o vizinho foi visto voltando sozinho da barragem.

O pai alertou que a criança nunca foi de dormir fora de casa, voltava cedo das brincadeiras na rua e sempre dizia aonde ia. Anteontem, quando a vizinhança se empenhava em buscas para ajudar os bombeiros, encontraram a bermuda do menino pendurada numa cerca de arame farpado e a camiseta caída numa valeta.

A parte de cima da roupa estava suja de sangue e tinha cortes nas costas, como se a criança tivesse levado facadas. “Depois que vi a camiseta não acho que ele es,tá vivo. Só achei estranho que já tínhamos procurado antes no mesmo lugar onde a camiseta estava”, suspeita a mulher. “Eu não batia nele e dava tudo o que estava ao meu alcance”, disse.

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