Desgosto pouco é bobagem

No folclore popular, agosto é conhecido como o “mês do desgosto”. Não se sabe ao certo a origem do ditado, mas o termo representa fielmente o sentimento dos familiares das 165 pessoas assassinadas somente no mês passado, em Curitiba e região metropolitana.

Significa que, em média, mais de cinco vítimas perderam a vida por dia para a violência. Uma morte a cada quatro horas e 30 minutos. A capital paranaense foi o palco mais sanguinário, com 42% dos casos, enquanto que Colombo, São José dos Pinhais e Araucária lideraram os índices de violência entre os municípios vizinhos. Os números mostram que jovens do sexo masculino, entre 16 e 25 anos, foram os alvos principais dos marginais, com 40% das mortes. Por outro lado, as mulheres, de qualquer idade, foram menos tentadas e representaram apenas 6,5% do total de casos.

As armas de fogo são as mais comuns e foram usadas em 87% dos assassinatos. As autoridades afirmam, com razão, que a grande maioria dos crimes é motivada pelo tráfico de drogas. Porém, não são somente viciados, traficantes e pessoas imersas no submundo da criminalidade que sofrem nas mãos de assassinos. Casos de discussões em botecos, desavenças entre gangues, latrocínios (roubos com morte) e brigas passionais também colaboram com o alto número de crimes contra a vida.