Corpos empilhados e com uma pedra em cima

Cena tétrica assustou moradores da Vila Autódromo, no início da manhã de ontem. Ao lado da Travessa G, em frente ao muro de uma residência, estavam os corpos de dois homens, jogados um sobre o outro, e em cima deles, duas grandes pedras. As vítimas foram assassinadas com golpes de faca e pedradas na cabeça, durante a madrugada. Com requinte de crueldade, os marginais ainda arrastaram os corpos e os empilharam na rua.

Uma das vítimas foi identificada como José dos Santos Soares, 51 anos, que trabalhava como auxiliar de serviços gerais e estava há pouco tempo na vila. “Ele morava em Almirante Tamandaré, mas há quatro meses ficou sem lugar para morar e se mudou para a minha casa”, disse Leoni dos Santos, sobrinho do morto. Conforme foi apurado pela polícia, José não tinha envolvimentos com drogas ou com a criminalidade, mas era viciado em bebidas alcoólicas e costumava arranjar confusão em bares. Por conta disso, a polícia não descarta a possibilidade de ele ter se desentendido com alguém. “É cedo para afirmar o motivo do crime. Vamos aguardar a identificação da outra vítima para apurar mais informações”, disse a delegada Aline Manzatto, da Delegacia de Homicídios.

Próximo aos corpos, a polícia encontrou cápsulas de pistola calibre 32, porém o perito Cúnico, do Instituto de Criminalística, não encontrou marcas de tiros nas vítimas. “Aparentemente eles foram agredidos com pedradas e também havia algumas estocadas nos corpos”, afirmou. Pelas manchas de sangue espalhadas na rua, acredita-se que os homens foram mortos cada um em uma esquina. “Depois foram arrastados por cerca de 50 metros até o local onde foram empilhados. Para chamar a atenção, os marginais ainda colocaram duas pedras grandes sobre as vítimas”, disse o perito.

A polícia lamentou a falta de informações por parte da população. “Infelizmente o pessoal não colabora. Um crime dessa forma com certeza chamou a atenção dos moradores, mas eles disseram que não viram nada”, relatou o sargento Lima, do 20.´ Batalhão da Polícia Militar. Mesmo sabendo do medo da população, os investigadores pedem que qualquer informação sobre o duplo assassinato seja repassada, de forma anônima, à DH, pelo telefone (41) 3360-1400.