“Caldeirão” do 9.º DP explode e presas fogem armadas

Quinze presas conseguiram escapar da carceragem do 9.º Distrito Policial (Santa Quitéria) na madrugada de ontem. O distrito é o único da capital que abriga mulheres e recentemente passou por uma rebelião e uma ameaça de arrebatamento. As presas reclamam da superlotação e, pelo grau de descontentamento, era previsível que tentariam uma evasão. Até a tarde de ontem nove delas tinham sido recapturadas, segundo informou o superintende Valdir Bicudo.

A fuga ocorreu por volta de 2h40, depois que as detentas arrebentaram a porta central da carceragem, entortando barras de ferro. Somente dois policiais (uma agente feminina) estavam de plantão.

Alvoroço

O investigador plantonista ouviu um alvoroço vindo de uma cela e foi conferir o que estava acontecendo. Uma das presas simulou estar passando mal. Ele acendeu as luzes para verificar a situação e foi rendido. Entrou em luta corporal e conseguiu se desvencilhar. No entanto, as detentas tomaram uma pistola ponto 40 e uma escopeta calibre 12 – essa recuperada logo em seguida – entortaram o portão e pularam as muretas da delegacia em direção à rua.

Cerco

Para impedir que fosse uma fuga em massa, a plantonista atirou duas vezes contra as presas restantes, sem atingir ninguém. Imediatamente, equipes do 12.º e do 20.º batalhões da PM, bem como da Rone (Rondas Ostensivas Natureza), da Rotam (Rondas Ostensivas de Natureza Especial) e do Cope (Centro de Operações Policiais Especiais) foram chamadas para fazer uma varredura na região. Conseguiram recapturar nove detentas.

O 9.º DP está superlotado com 59 presas – a capacidade é para 25 pessoas. No final de agosto, a OAB ingressou com pedido de habeas-corpus na Justiça em favor da transferência de 18 mulheres que não têm advogado constituído. Segundo a OAB, a carceragem tem lugar para 16 presas. A maioria das mulheres responde por tráfico e roubo.