Dois assaltantes mortos, um ferido, e um cliente baleado. Este foi o resultado do confronto entre bandidos e policiais militares, durante a tentativa de roubo contra uma lotérica, na Avenida Brasília, Capão Raso, às 12h30 de ontem.
O tiroteio, em pleno dia, deixou os comerciantes e pessoas que passavam pelo local amedrontados com a violência na região.
O tenente Márcio Verner, do 13.º Batalhão da Polícia Militar, informou que três homens invadiram a casa lotérica e anunciaram o roubo. Para azar dos marginais, um policial militar, que estava de folga, estava em um estabelecimento comercial nas proximidades, viu a cena. Ele aguardou o momento em que os assaltantes estavam de costas e distraídos, se aproximou e lhes deu voz de prisão.
Os três estavam armados com revólveres calibre 38 e atiraram contra o policial, que revidou, acertando um tiro nas nádegas e outro na perna de um dos assaltantes , identificado como Robson dos Santos, 22 anos. Durante o confronto, Anselmo Batista, 26, que era cliente da casa lotérica, foi ferido com um tiro no pé. ?Quem baleou o cliente foi um dos marginais?, afirmou o tenente.
Enquanto o único policial se confrontava com o trio, foram acionadas outras viaturas da Polícia Militar, que estavam na região. Dois dos assaltantes correram com armas em punho, mas cruzaram com as viaturas a 50 metros do estabelecimento. ?Eles atiraram contra os policiais, que revidaram. Foram atingidos, socorridos e encaminhados ao Hospital do Trabalhador, mas não resistiram.?
Os dois rapazes não portavam documentos e foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML), onde apenas um deles foi identificado com o Rodrigo da Silva, no começo da noite.
O assaltante baleado permanece internado e, assim que receber alta médica, será conduzido ao 8.º Distrito Policial (Portão), onde será autuado em flagrante.
Presença da polícia não inibe crimes
Comerciantes e moradores da Avenida Brasília aproveitaram a tentativa de roubo para denunciar a violência na região. Um dos comerciantes, chegou a colocar um cartaz na porta com os dizeres: ?Srs. clientes, estamos revoltados e temerosos pela violência e falta de segurança na região.? O cartaz ainda dizia que o estabelecimento só abriria no dia seguinte.
Beatriz Rool, que reside na região, disse que estava em casa quando ouviu os estampidos. ?Sai correndo. Minha sobrinha trabalha em uma loja, não sabia de onde vinham os disparos?, disse. Ela contou que tiros podem ser ouvidos na Avenida Brasília a qualquer hora do dia. ?De dois anos para cá, esta avenida está muito violenta?, denunciou.
Graciena Parizotto, que também reside na região, disse que passou pela rua no momento do tiroteio. ?E se um tiro desses atinge a gente?? Apesar da violência, os comerciantes contaram que policiais militares trafegam pela avenida com freqüência. ?Mas os bandidos continuam assaltando. Tem polícia, mas a violência está cada vez maior?, disse a vendedora Andressa Oliveira. ?A gente vem trabalhar e não sabe se volta viva para casa. Eu já fui assaltada uma vez, mas a loja em que trabalho já sofreu cinco roubos, pelo menos?, contou Fernanda Ferreira.