Bandidão morre de aids no presídio

A arrogância e truculência de um dos bandidos mais violentos e cruéis do País, chegou ao fim. Marcelo Moacir Borelli, 39 anos, morreu na manhã de ontem no Complexo Médico Penal, em Piraquara, onde estava internado desde dezembro. Portador do vírus da aids, ele veio transferido do Presídio Estadual de Londrina (PEL) em fase terminal, principalmente por negar-se a tomar medicamentos. Borelli chegou a Piraquara em 11 de dezembro, onde continuou relutante em tomar o coquetel.

Com o passar dos dias, seu estado clínico agravou-se e, na manhã de ontem, por volta das 6h40, morreu. Na semana passada, quando já tinha dificuldade para falar, ele recebeu a visita de alguns familiares. De acordo com o coordenador do Departamento Penitenciário (Depen), coronel Honório Bortoline, o criminoso não chegou a entrar em coma, estava internado sozinho em um quarto, onde morreu.

O corpo foi levado ao Instituto Médico-Legal de Curitiba, mas não foi submetido à necropsia, uma vez que o próprio Complexo Médico Penal emitiu o atestado de óbito. ?Ele só foi encaminhado para o IML porque caso sua família não reclamasse o corpo, ficaria recolhido nas câmaras frias?, explicou um atendente do Instituto Médico-Legal. Por volta das 19h de ontem, o irmão de Borelli liberou o corpo, que foi levado para a cidade de Cornélio Procópio, região Norte do Estado, onde será sepultado.

Arrogância

Nos últimos dias em que ficou na penitenciária de Londrina, ele tinha dificuldades para andar e permanecia a maior parte do tempo na cama da enfermaria ou em uma cadeira de rodas. Mesmo necessitando da ajuda de terceiros, continuava arrogante e grosseiro com as pessoas que o cercavam.

Condenação de 160 anos

Condenado há mais de 160 anos de prisão, o criminoso ficou conhecido nacionalmente em 2000, quando as imagens dele torturando uma garotinha de três anos foram exibidas em rede nacional. No vídeo, encontrado em sua residência, Borelli aparecia pisando na criança e a obrigando a ingerir fezes. As torturas aconteceram em um sobrado alugado em São José dos Pinhais, em setembro de 2000, quando o bandido filmava o aeroporto, de onde pretendia roubar um avião. O motivo das torturas seriam uma vingança ao seu ex-comparsa, pai da menina, a quem pretendia enviar a fita de vídeo.

Nas cadeias em Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), São Paulo (SP) e Brasília (DF), além da fama de mal, Borelli contraiu o vírus da aids, possivelmente depois de ter sido espancado e abusado sexualmente por outros presos.

Crimes

Borelli foi preso em outubro de 2000, quase que por acaso, quando retornava do Paraguai com um carregamento de armas. Ele foi levado à carceragem da Polícia Federal, em Brasília, onde foi espancado pelos presos pelo motim que teria liderado. Borelli foi agredido durante o banho de sol e levou socos e chutes até do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Com parte do couro cabeludo arrancado, traumatismo e hematomas pelo corpo, foi levado para o Hospital de Base de Brasília. Na época, um agente contou que os presos se sentiram constrangidos com a revista feita pela polícia, depois da rebelião, e o teriam culpado pela situação.

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