Violência no Iraque persistirá até saída dos EUA, diz líder

A violência no Iraque continuará até a retirada das tropas americanas, afirmou o líder xiita iraquiano Moqtada al-Sadr, em entrevista publicada hoje pelo jornal italiano La Repubblica. Para al-Sadr, o Iraque está completamente dividido por culpa do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que provocou a situação "para controlar melhor o país". "Acho que existe só uma possibilidade para se chegar uma solução: a retirada imediata dos americanos", disse o clérigo xiita.

Segundo o jornal italiano, al-Sadr se sente ameaçado até mesmo por seus seguidores mais fiéis, por isso escondeu a sua família e não dorme nunca no mesmo lugar para evitar emboscadas. O líder xiita criticou o atual governo e disse que nunca confiou no primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, que sempre suspeitou "que estivesse manipulado".

Al-Sadr anunciou que o governo já começou uma batalha contra sua milícia, com a detenção de 400 homens, mas acrescentou que o grupo vai se defender. Segundo al-Sadr, existem "quatro exércitos" dispostos a acabar com seu grupo: um comando secreto, treinado no deserto jordaniano pelas forças americanas, os "peshmerga" curdos, o Exército americano e os homens preparados pelo ex-primeiro-ministro Yyad Allawi.

O clérigo acusou Allawi de ser homem de confiança dos EUA e de estar "preparando seu próprio Exército no aeroporto militar de Muthanna, para suceder Maliki". O rebelde xiita também desmentiu boatos de que ele ou seus homens estiveram presentes na execução do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein. "É claro que não chorei por um homem que massacrou a minha família e meu povo. Só que, se dependesse de mim, ele teria sido executado em praça pública, para que todo o mundo visse", afirmou.

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