TSE vai analisar urnas falsas encontradas em fazenda de Janene

Brasília – Quatro urnas eletrônicas falsas foram apreendidas na Fazenda Três Jota, do deputado federal José Janene (PP-PR), localizada no distrito de Guaravera, município de Londrina, oeste paranaense. Os equipamentos foram encontrados por militantes do Movimento dos Trabaladores Rurais Sem Terra (MST) ao ocupar a propriedade, na última sexta-feira (15). Segundo os militantes do MST, as urnas foram encontradas em um galpão onde também havia material de campanha de Janene, como cartazes, bonés e fitas de vídeo.

O material foi apreendido pela Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná, que aguarda o envio de peritos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para analisar as urnas. Mas, segundo a assessoria do TRE, os equipamentos são simuladores de votação, que serviriam para indicar ao eleitor como votar. Esses equipamentos, adotadas em algumas regiões em 1996, mas foram proibidos pelo TSE em 1998.

A solicitação de perícia, encaminhada pelo presidente do TRE-PR, Clotário de Macedo Portugal Neto, a pedido do juiz eleitoral de Londrina, Mário Azzolini, chegou esta tarde ao TSE.

O promotor Sérgio Correia Siqueira soube dos materiais pela imprensa que estava cobrindo a ocupação, no sábado (16), e encaminhou denúncia à Justiça Eleitoral, que apreendeu as urnas no mesmo dia, com apoio da Polícia Federal. Damasceno conta que a PF pediu autorização aos sem-terra para entrar na fazenda. ?Nossa tarefa foi denunciar, pela imprensa. Apurar é com a justiça?, diz José Damasceno, da coordenação estadual do MST.

De acordo com o oficial de justiça que acompanhou a apreensão, Maurício Teixeira dos Anjos, parte do material de campanha foi apreendido por engano uma vez que os trabalhadores sem terra ajudaram no carregamento. Tal material, no entanto, não interessa á Justiça Eleitoral pois José Janene não concorre nas eleições deste ano.

O MST não pretende acompanhar os desdobramentos do caso, segundo Damasceno. "Para o movimento, só interessa que a área, de 137 hectares, seja destinada à reforma agrária", garante. O MST pretende, no entanto, denunciar o desvio de dinheiro público para o acúmulo de patrimônio e especulação imobiliária por José Janene. "Antes da eleição para deputado, em 2002, José Janene estava falido e suas empresas declararam rendimento zero na Polícia federal. Depois, entre 2003 e 2004, o parlmentar e sua mulher adquiriram 10 fazendas no Paraná", denunciam os sem terra.

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