Sem negligências

O cenário externo ainda não é totalmente contrário, mas já emite sinais preocupantes num horizonte que está cada vez mais próximo. Não há nenhum motivo para pânico, mas é bom estar prevenido -desde já -, pois as estimativas modestas de crescimento da economia internacional este ano, especialmente nos Estados Unidos, devem ser vistas com apreensão pelos empresários brasileiros.

Mais preocupados com desempenho restritivo do mercado externo, estão os setores exportadores, dentre eles o agronegócio, pela participação exponencial dos últimos exercícios.

Infelizmente, a frustração da safra de verão pelo longo período de estiagem, que também seria um fator de diminuição do exitoso volume de negócios com o exterior, estará sob a pressão para baixo dos grandes mercados compradores.

Entretanto, a economia brasileira já possui mecanismos que possibilitam o enfrentamento de situações adversas, como a que se desenha, com maior probabilidade de resistir ao impacto de um desarranjo sazonal. Se a economia não é tão vulnerável como foi há alguns anos, também não há motivos para negligências, dado que os reflexos imediatos de uma crise mundial não demoram a se espalhar.

O mercado externo sempre constituiu uma poderosa alavanca de sustentação para o crescimento da economia, mas, apesar de sua importância para qualquer país, não deve ser tido como a única saída. Quando há mercado interno forte e desenvolvido, baseado na constância de fatores essenciais como emprego e renda, os riscos que adejam sobre a economia são absorvidos sem tantos atropelos.

No atual exercício, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá continuar crescendo em ritmo lento, mas continuado. As atividades dos setores industrial e comercial devem ser estimuladas a continuar produzindo as riquezas que o País necessita para pôr em prática o seu – até agora – débil modelo distributivo.

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