As investigações sobre o bar, no bairro Boa Vista, em Curitiba, que deu soda caustica para três clientes no lugar de tequila foram finalizadas. De acordo com a delegada Sabrina Alexandrino, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), foi uma fatalidade. “Ficou claro pra gente que não houve a intenção do dono do bar de prejudicar ou trazer danos aos clientes, mas sim uma imprudência”.

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Segundo a delegada, todos os envolvidos foram ouvidos, inclusive a moça que teve os ferimentos mais graves provocados pelo produto químico. “Todas as vítimas disseram que houve um equívoco por parte do dono do bar. Conheciam o homem e disseram que ele sempre foi muito prestativo, falaram bem dele”, destacou Sabrina.

Para a polícia, as outras duas linhas de investigação no começo levantadas, foram descartadas. “Foi realmente uma fatalidade. Uma imprudência do dono do bar, que poderia ter tido a cautela de não acondicionar o produto de limpeza junto com as bebidas”, explicou a delegada, dizendo também que, de qualquer forma, essa imprudência se caracteriza como um crime culposo, quando não há intenção de cometê-lo.

“Todas as vítimas disseram que houve um equívoco por parte do dono do bar”, disse a delegada Sabrina Alexandrino. Foto: Felipe Rosa.

As investigações da DHPP apontaram que o material químico foi colocado junto com as bebidas alcoólicas. “Eles ficavam armazenados no mesmo espaço. Uma moça que trabalha na limpeza aproveitou uma garrafa de tequila vazia, colocou o produto lá dentro e isso foi servido para as pessoas”.

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A moça, que teve os ferimentos mais graves e que chegou a ficar internada por algum tempo no hospital, já está em casa. “Recebeu alta faz alguns dias. Ela está bem, mas claro que continua tendo alguns cuidados especiais, já que o produto que ela ingeriu é corrosivo e trouxe problemas para a saúde”.

Lesão Corporal Culposa

Conforme a delegada, o dono do bar foi indiciado por lesão corporal culposa. “A pena varia de dois meses a dois anos. Ele vai sofrer uma penalidade considerada amena, tendo em vista que ele não tem antecedentes criminais, mas vai responder”.

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Para os policiais, as investigações esclareceram que não houve tentativa de homicídio, muito menos tentativa de tentar lesionar quem quer que seja. “Até porque o proprietário do bar também provou o liquido, ou seja, ele também acabou sendo vítima da situação”, explicou a delegada, pedindo que tanto comerciantes, como também as pessoas em casa tenham mais atenção. “Isso vale, certamente, de alerta para que as pessoas evitem armazenar produtos químicos junto com alimentos”.

Foto: Fábio Alexandre / Tribuna do Paraná

Bar funcionando!

Segundo a Vigilância Sanitária, o bar foi desinterditado nesta segunda-feira (29). Conforme a Secretária Municipal de Saúde, responsável pelo órgão, o proprietário fez todos os ajustes necessários e exigidos na interdição. Ele ainda acrescentou algumas benfeitorias em relação às boas práticas para estabelecimentos de alimentação.

Com base nisso, o bar pode funcionar normalmente. Contudo, as mesmas infrações que causaram a interdição, geraram também o processo administrativo que ainda vai ser julgado em primeira instância. Neste caso, ele pode acabar sendo multado.