Rapidinho

Testemunhos em tempo recorde marcam retomada de audiências do caso Daniel

Allana e Cristiana Brittes chegam ao Fórum de São José dos Pinhais para a retomada das audiências do caso da morte do jogador Daniel. Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Allana e Cristiana Brittes chegam ao Fórum de São José dos Pinhais para a retomada das audiências do caso da morte do jogador Daniel. Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Vinte e cinco testemunhas foram ouvidas neste primeiro dia, da segunda bateria de audiências de instrução e julgamento do caso do jogador Daniel Correia Freitas, morto em São José dos Pinhais no ano passado. Ao contrário do mês passado, quando foram ouvidas as testemunhas de acusação e algumas oitivas demoraram quase três horas, desta vez as testemunhas de defesa foram rápidas. A grande maioria não passou de cinco minutos. Isto porque foi a fase de testemunhas abonatórias – pessoas não relacionadas diretamente ao crime – que dão seus depoimentos apenas para realçar boas condutas da vida dos réus.

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Dois pontos altos das oitivas foram os pedidos de perdão que duas mães de réus fizeram à família do jogador. A primeira foi a mãe adotiva de Igor King e a segunda foi a mãe de David Vollero. A mãe de David contou que o filho andava triste e abatido em casa. Ela via as notícias na televisão, mas não imaginava que tivessem alguma relação com o filho. Mas no dia que a família Brittes foi presa, ela ligou uma coisa à outra e chamou o filho para conversar. David, já em desespero, contou tudo a ela.

O promotor do Ministério Público tentou questioná-la sobre as confissões de David, em busca de mais provas do crime. Mas a mãe disse que depois que o filho contou que ajudou a bater em Daniel, ela não quis ouvir mais nada, pois ficou em choque e apenas passou a noite chorando com o jovem. Ambos se abraçaram e choraram ao final da oitiva.

Resumo

Pela manhã, foram ouvidas seis testemunhas. A primeira foi o dono da moto que estava em posse de Edison Brittes, réu confesso do crime. A testemunha está presa por tráfico de drogas. Ele alegou que não conhecia Edison, que colocou sua moto à venda numa loja e nem sabia que o veículo tinha sido vendido. Depois dele foram ouvidos os dois policiais militares que atenderam o local da morte do jogador. Conforme o advogado Nilton Ribeiro, assistente de acusação, a oitiva dos policiais reforça a tese de ocultação de cadáver, crime que a defesa de Edison tenta retirar. Desta vez, Edison parecia mais sério, calado e concentrado do que na vez anterior.

Depois dos policiais, foi a vez do gesseiro, que chegou à casa da família Brittes no sábado de manhã para fazer um reparo e foi embora quando notou que algo errado acontecia. O dono do mercado onde Edison foi comprar bebidas pela manhã, para continuar a festa na casa, também foi ouvido.

Depois foi a vez do chefe de segurança da casa noturna Shed. Ele contou que o aniversário de Allana – que teve dois camarotes alugados para a festa – transcorreu normalmente e que o gasto dos dois camarotes, pagos por Edison ao fim da noite, deu R$ 3.262,00. Ainda afirmou que Daniel importunou uma jovem na casa noturna. Ela pediu a ajuda de três amigos e a discussão só não terminou em briga porque os seguranças interviram.

Parentes, amigos, vizinhos, conhecidos, ex-patrões e até professores de Edison, Igor, David e Cristiana falaram durante a tarde. Todos afirmaram que os réus eram boas pessoas, bons estudantes e profissionais e que desconheciam qualquer coisa que desabonasse a conduta deles antes do crime.

O resumo completo você pode conferir no tempo real da Tribuna do Paraná.

Semana

Em fevereiro, falava-se na quantidade de 77 testemunhas de defesa a serem ouvidas. No entanto, nestas semanas de intervalo das audiências, várias testemunhas não foram localizadas pelos oficiais de Justiça para serem intimadas e outras desistiram dos depoimentos, o que reduziu a quantia para cerca de 40 pessoas. 25 já foram ouvidas e mais 15 devem falar nesta terça-feira.

Também havia a expectativa que, terminadas as testemunhas, os réus já fossem interrogados nesta quarta ou sexta-feira. É regra processual que os réus sejam ouvidos por último, depois de todas as testemunhas e de produção de provas. No entanto, uma das testemunhas só será ouvida por carta precatória (à distância) no dia 8 de abril, em Minas Gerais.

Outro impeditivo ao interrogatório é que ainda há duas provas que não foram periciadas durante o inquérito policial: o celular de Cristiana Brittes, que estava no conserto no dia do crime e imagens das câmeras de segurança da boate Shed. Segundo o advogado Rodrigo Faucz, que defende Igor e David, as imagens não existiam na fase de inquérito policial e agora apareceram “do nada”, porém com arquivos corrompidos. A perícia deverá tentar recuperar os arquivos.

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