Tarde violenta

Policial militar à paisana flagra tentativa de assalto no Alto da XV e abre fogo contra ladrão, que morre no local

Cenas de violência foram registradas no bairro Alto da XV, em Curitiba, na tarde desta quarta-feira (2). Um homem estava dentro de um Mitsubishi Pajero Dakar, aguardando a esposa sair do trabalho, quando um ladrão deu voz de assalto. Mas o marginal foi morto a tiros por um policial militar à paisana. O PM, que não teve o nome divulgado, estava dentro do carro estacionado  atrás da caminhonete abordada pelo ladrão e só esperou a vítima se afastar para abrir fogo.

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O crime aconteceu na Rua Ângelo Lopes, entre as ruas Professor Brandão e Itupava. Segundo a Polícia Civil, o PM, que faz parte do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), estava no local para retirar uma guia de exame para a esposa e testemunhou a ação do bandido. “O suspeito foi atingido quando já estava dentro do veículo e pronto para ir embora”, explicou o perito criminal Marcos Teixeira.

Abordagem

O bandido veio pela calçada e surpreendeu a vítima pela porta do passageiro com um revólver calibre 38 em punho. O motorista então desceu do veículo e foi imediatamente substituído atrás do volante pelo suspeito.

Foi nesse momento que o PM reagiu. “Foram pelo menos três tiros de pistola”. Dois disparos da pistola 9 milímetros atingiram o peito e, um, a cabeça. Ainda conforme a Polícia Civil, o assaltante estava sem documentos e não foi identificado. “Ele aparenta ter entre 20 e 30 anos”, pontuou o perito.

Melzinho na chupeta

“É igual abelha. O que a abelha quer? Mel. E aqui nessa região o que mais tem é o melzinho que eles gostam. Só carros caros porque, além de muitas empresas funcionarem no bairro, os moradores também têm um bom poder aquisitivo”, descreveu Luiz, que vive no Alto da XV há 40 anos.

Juliano, outro morador antigo, relata outro aspecto. “Na parte de cima no bairro o que mais acontece é roubo, eles abordam a pessoa e isso durante o dia. Já na parte de baixo, como tem mais bares e muita gente deixa o carro estacionado na rua, daí é mais furto”.

Juliano fala ainda sobre quando os problemas começaram na região. “O bairro virou chamariz depois que esses bares todos abriram por aqui”. Luiz, por sua vez, admite que há policiamento. “Mas não tem equipe suficiente porque tem assalto aqui toda semana. De uns dois meses pra cá é isso, essa é a nossa realidade.

Preparado

Ainda de acordo com o perito, no revólver do suspeito havia uma cápsula “picotada”, mas ainda não é possível saber se ele teve tempo de atirar contra o PM. As outras munições estavam intactas. O policial, apesar de estar sem colete à prova de balas, não se feriu.