Frios!

Motorista implorou pela vida, mas foi morto por R$ 300

Dois homens foram presos pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) nesta semana e apresentados à imprensa nesta sexta-feira (1º), suspeitos de terem matado o motorista de aplicativo, Valmir João Nichel, de 59 anos. Conforme a polícia, Douglas Dias de Oliveira, 29 anos, e Hélio Gabriel Freitas de Lima, 22 anos, foram localizados no bairro Alto Boqueirão, em Curitiba, e confessaram a autoria do assassinato.

Valmir foi encontrado morto no Rio Iguaçu, em São José dos Pinhais (RMC), no dia 13 de maio deste ano. No Facebook a família contou que ele saiu para trabalhar no dia 12 e desapareceu. A dupla ainda relatou em depoimento à polícia que Valmir implorou para não ser morto e que com o crime conseguiram R$300.

“Nós descobrimos qual foi a última corrida que Valmir fez e ela foi encerrada exatamente onde o corpo dele foi encontrado. Assim, localizamos o responsável pela chamada e chegamos até um casal, que efetuou a chamada. Em interrogatório, eles confirmaram que chamaram o carro por meio de aplicativo para um vizinho, mas de boa fé. Douglas, que confessou o crime, relatou que Hélio era o comparsa. A dupla contou que jogou a vítima ainda viva de cima da ponte e que ela implorava para não ser morta”, esclareceu o delegado-titular, Fabio Amaro.

Carro da vítima foi incendiado. Foto: Gerson Klaina / Tribuna do Paraná
Carro da vítima foi incendiado. Foto: Gerson Klaina / Tribuna do Paraná

Carro queimado

Além de confessarem o crime, os homens relataram que estavam “drogados” e que atearam fogo no carro da vítima para que nenhuma impressão digital fosse encontrada. O veículo que Valmir usava para trabalhar, um Nissan Livina, foi encontrado completamente incendiado na Rua Expedicionário Francisco Pereira dos Santos, no bairro Alto Boqueirão, próximo a casa dos presos, no dia 13 de maio.

“O crime foi premeditado e são duas pessoas frias. Disseram que na mesma noite assaltaram mais dois motoristas e que chegaram até mesmo a obrigar outro motorista a pular de cima da mesma ponte, mas ele sobreviveu. Na sequência mataram Valmir. São crimes bárbaros e eles devem pegar mais de 30 anos de prisão”, completou o delegado.

Douglas tinha passagem pela polícia por receptação. O casal, que solicitou a chamada, colaborou com a investigação e não tem envolvimento no crime, conforme a polícia. A dupla está presa e foi autuada pelo crime de latrocínio, consumado e tentado. As diligências contaram com o apoio do Setor de Inteligência da Delegacia de Furtos e Roubos da Capital (DFR).

Pressão de motoristas

Durante a apresentação da dupla à imprensa, diversos motoristas de aplicativo compareceram a DHPP para agradecer o delegado. Em entrevista à Tribuna do Paraná, um colega de trabalho contou que a rotina é complicada e que a categoria torce para que o trabalho se torne mais seguro.

“É um problema que os motoristas enfrentam hoje, já que não sabemos quem vamos levar. Muita gente chama o carro para outra pessoa e infelizmente hoje temos que comparecer em todas as viagens para que a gente não seja banido. Nós ficamos um pouco mais tranquilos com a resolução do crime, mas ainda temos muitos registros. É complicado”, relatou Fabio Fantasma, 36 anos.

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