'Narcos' Curitiba

Colombianos são presos em Curitiba extorquindo comerciantes

Aos poucos, a famosa série Narcos, do Netflix, está se tornando real em Curitiba. Na tarde desta quinta-feira (17), foram presos em flagrante mais dois colombianos na região do Sítio Cercado. Naturais de Medellín, eles estão no Brasil ilegalmente e são suspeitos de integrar uma facção criminosa envolvida com esquemas de agiotagem e extorsão mediante ameaças contra empresários e camelôs.

Segundo o investigador Carlos Lima, do 10º Distrito Policial (DP), os detidos também podem ter envolvimento com lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. “Sabemos que os dois emprestavam grandes quantias a aproximadamente 35 comerciantes, então estamos investigando de onde vinham esses valores. Essa é a quarta vez que prendemos colombianos e vamos continuar atrás deles para acabar com essa máfia e descobrir se há ligação com o tráfico da Colômbia”, afirma.

Colombianos
Foto: Átila Alberti

Segundo a Polícia Civil, os presos se chamam Cristian Restrepo Sosa, de 27 anos, e Mauricio Salazar, de 19, e eles fariam parte de uma quadrilha que atua há quase cinco anos fazendo cobranças diárias dos clientes. Inclusive, no momento da prisão, os dois estavam extorquindo um comerciante vítima dos suspeitos.

De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Rinaldo Ivanike, um detalhe que chamou a atenção da equipe foi o aplicativo usado pelos agiotas para avaliar seus “clientes”. “Ao lado de cada nome eles classificavam as vítimas como boas pagadoras utilizando uma bola verde, as que atrasavam o pagamento utilizando uma bola amarela, e as que não pagavam utilizando uma bola vermelha. Assim, eles sabiam para quem não poderiam emprestar novamente”, comenta.

A polícia descobriu ainda que, para dificultar a ação policial, os suspeitos não guardavam o dinheiro em casa, mas usavam contas bancárias em nomes de terceiros. Agora, a polícia investigará essas pessoas que emprestavam o nome para os suspeitos e dará continuidade ao processo. “Lembrando que eles serão transferidos para Piraquara, onde ficarão à disposição da Justiça. Além disso, a Polícia Federal realizará os procedimentos em relação à ilegalidade deles no país e os dois terão que responder ao processo e cumprir a pena de 4 a 10 anos de prisão aqui no Brasil”, finaliza o investigador Carlos Lima.

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