Segurança temia protestos na missa do papa

Os 3 mil homens do Exército, das polícias Federal, Civil e Militar, Bombeiros e da Guarda Municipal envolvidos no esquema de segurança para a missa do papa Bento XVI na Basílica Nacional de Aparecida tinham uma preocupação especial na manhã de hoje: conter eventuais manifestações contrárias ao pontífice. Ontem um grupo de 50 jovens levantou faixas com frases criticando a visita do papa e as posições da Igreja Católica. Tentaram fazer uma marcha no meio dos fiéis que estavam na praça da basílica, e foram contidos pela PM.

A grande preocupação era evitar uma situação como essa diante dos olhos do papa. O incidente do sábado ocorreu quando Bento XVI presidia a Recitação do Santo Rosário dentro da basílica; hoje, ele estaria do lado de fora. Um ato hostil teria um efeito bem pior. "Estamos num evento de manifestação da fé católica, não um evento político nem de outras religiões, portanto, não cabe uma manifestação não-católica", argumentou o major José Mateus Ribeiro, comandante da segurança para a visita de Bento XVI a Aparecida.

Antes do início da missa do papa, por volta das 9 horas, os observadores já haviam mapeado grupos que mereciam atenção em meio à multidão. Mas ao longo da celebração, que durou cerca de duas horas, nenhum protesto foi registrado, segundo a assessoria de comunicação do Exército.

Identificados e liberados

Os 50 jovens que iniciaram o protesto contra o papa no final da tarde de sábado foram todos "retirados da basílica pela PM e identificados", para depois serem liberados, segundo o major. O grupo se autodenomina Cresciendo en Gracia e teria participantes em vários países, embora em Aparecida tenham atuado somente membros vindos de São Paulo e de cidades da região.

Apesar do nome, seria um grupo "não-religioso", segundo Mateus. "Eles negam a existência de Cristo, não acreditam nos ensinamentos do papa e culpam as igrejas cristãs por problemas da sociedade", relatou o major.

Tão logo o grupo levantou seus cartazes e faixas, a PM se aproximou. Eles então começaram uma marcha e foram rapidamente cercados, logo conduzidos para fora da praça da basílica.

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