Secretário da Previdência Social rebate críticas do Bird

O secretário de Previdência Social do Ministério da Previdência, Helmut Schwarzer, criticou nesta sexta-feira (1/6) as recomendações do Banco Mundial para que países como o Brasil enxuguem seus sistemas de proteção social, restringindo-os à população extremamente pobre. De acordo com estudo divulgado por Schwarzer, a quantidade de pobres no País seria de mais 21 milhões de pessoas caso não existissem os atuais benefícios previdenciários e assistenciais. "A pobreza seria muito grande no Brasil, principalmente entre os idosos, se não tivéssemos a Previdência", disse Schwarzer.

Pela proposta do Banco Mundial (Bird), a Previdência deveria ser reformada de modo a subsidiar o benefício apenas dos muito pobres. Todos os demais trabalhadores passariam a ganhar na aposentadoria o valor correspondente à poupança capitalizada que realizaram durante a vida laboral. "Achamos que a transição para um sistema de capitalização é completamente inviável no Brasil e pioraria os indicadores sociais do País", afirmou Schwarzer.

Segundo ele, os países latino-americanos que seguiram "reformas privatizadoras" como as sugeridas pelo Bird, como o Chile e Argentina, enfrentam problemas sociais e "estão reconstruindo os pilares públicos de seus sistemas". A Argentina, por exemplo, apresentaria uma taxa de proteção previdenciária dos idosos de apenas 60%, que tenderia a cair a 40% nos próximos 20 anos, argumentou o secretário.

Schwarzer disse que a reforma previdenciária que se pretende para o Brasil deve buscar a sustentabilidade do sistema no longo prazo, mas sem retirar direitos. Ele destacou a melhoria dos indicadores de formalização registrados nos últimos três anos, assim como a elevação do índice de cobertura previdenciária da população ocupada, que passou de 61,7% em 2002 para 63,5% em 2005.

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