Relações Internacionais do Senado rebate críticas sobre Brasil no Haiti

O consultor legislativo do Senado Federal na área de Relações Internacionais, Tarciso Dal Maso Jardim, defende as ações da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah), criticada hoje (23) através de um relatório da ONG Centro de Justiça Global e do Centro de Direito da Universidade de Harvard. Às críticas do levantamento de que pouco se tem feito para proteger a população e para impedir a violação de direitos humanos, Dal Maso diz que um dos principais objetivos da missão de Paz, coordenada pelo Brasil, é reestruturar a polícia para que ela passe a ser a principal força de segurança com a ausência do Exército e isto está sendo feito.

Para o consultor de Relações Internacionais do Senado, as proposições contidas no relatório são, na verdade, "recomendações, que dão indicativos para a Força brasileira". No entanto, adverte o consultor, "a Minustah enfrenta problemas operacionais, uma vez que, inicialmente, começou com um determinado número de contingente, que não era o esperado, e as tropas brasileiras tiveram que se deslocar muitas vezes da capital Porto Príncipe para interior do país, numa tentativa de dar maior capilaridade à sua ação – o que causou desabastecimento na capital".

O consultor Tarciso Dal Maso também sai em defesa do general Augusto Heleno Pereira, comandante das tropas de paz da ONU no Haiti. "Há outras facetas que também devem ser abordas", observa ele, lembrando que o próprio general também já fez críticas à missão. "Para o general Heleno, por exemplo, a missão de paz da ONU deveria implementar simultaneamente, e não posteriormente, programas de desenvolvimento social para ajudar na solução dos problemas da população", afirmou, salientando ainda que esta é uma discussão central "que vai além da conjuntura policial".

Na visão de Dal Maso, a adoção dessa estratégia é algo urgente, "porque não adianta imaginar que vai se manter a segurança pública somente por mecanismos estratégicos de força". No caso do Haiti, observa ele, pode-se fazer contenções, mas não vai se conseguir estabelecer uma prática perene disso. "O povo morrendo de fome vai buscar algum mecanismo de escape."

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