Promotor pode pedir prisão de pilotos do Legacy

O promotor de Justiça de Peixoto de Azevedo (MT), Adriano Roberto Alves, poderá pedir a prisão do italiano Joseph Lepore e do americano Jan Paul Palladino, piloto e co-piloto, respectivamente, do jato Legacy, que se chocou com o boeing 737-800 da Gol na sexta-feira.

O pedido será feito à Justiça caso se confirme a suspeita de que Lepore e Palladino estariam testando o avião executivo da Embraer com manobras e possível desligamento do transponder, um equipamento anticolisão, motivo pelo qual teria impossibilitado a aproximação do boeing, com 155 passageiros. "Acho impossível essa hipótese pelo localização da região, mas só vamos tomar decisões após recebermos depoimentos e planos dos controladores de vôos", disse o promotor.

O promotor já pediu a apreensão dos passaportes do piloto e co-piloto até que seja concluído o inquérito policial que investiga as causas do acidente. O juiz Tiago Souza Nogueira de Abreu acolheu a solicitação. "É necessário preservar as duas importantes testemunhas do evento", disse o promotor.

Segundo ele, o pedido se justificou pela suspeita de que a colisão tenha sido causada por falha humana. "Embora o motivo da tragédia não esteja devidamente esclarecido, as investigações apontam para a possibilidade de falha dos controladores de vôo, ou do piloto da Gol ou o do Legacy", sustenta o promotor.

Os dois aviões tinham um sistema conhecido como TCAS (Traffic Collision Avoidance System), tecnologia anticolisão que reconhece a proximidade de outra aeronave por meio de sinais de alertas sonoros e visuais.

No entanto, segundo o promotor, as investigações apontam a probabilidade de que o TCAS do Legacy estivesse desligado ou mesmo que não estivesse funcionando no momento da colisão. "Embora o Legacy esteja autorizado a voar a altitude máxima de 39 mil pés, eles têm capacidade para chegar até 51 mil pés, segundo informações de especialistas em aviação civil. Nesta altura, tem condições de poupar tempo, economizar combustível e evitar turbulências. Por essas razões, neste meio, os pilotos comentam que é comum haver desligamento dos TCAS. E, por isso, não são detectados por outros aviões", assinalou.

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