Cento e sessenta servidores de Armazéns da Família e Mercadões Populares participaram de outubro a dezembro do projeto piloto de Gerenciamento de Stress, programa desenvolvido pela Secretaria Municipal de Recursos Humanos com apoio do Instituto Curitiba de Saúde (ICS) e Instituto Municipal de Administração Pública (Imap).
Divididos em grupos, eles tiveram três encontros, cada um com duração de uma manhã. O trabalho incluiu avaliação, palestras e debates, com dicas de relaxamento, técnicas de meditação, orientação sobre alimentação adequada, administração de tempo e planejamento financeiro.
"O stress pode desencadear ou potencializar várias doenças, como depressão, hipertensão arterial, gastrite, diabetes, derrame e enfarte e é uma das maiores causas de afastamento do trabalho tanto na área pública quanto privada. A melhor maneira de lidar com a questão é a prevenção", diz o diretor do Departamento de Saúde Ocupacional da Secretaria de Recursos Humanos, o médico Edevar Daniel.
O programa tem dois momentos. No primeiro, além das palestras e orientações, as psicólogas responsáveis pelo grupo aplicam um teste especialmente desenvolvido para identificar as pessoas com maior grau de stress e com risco de desenvolver doenças relacionadas a ele. Todos os que apresentam algum tipo de comprometimento são encaminhados para a segunda etapa, que envolve avaliação e exame médico com sugestão de tratamento e de mudança no ritmo de vida.
O mesmo teste é repetido seis meses depois, para verificar se houve modificação nos componentes do grupo. "O foco do programa é a saúde integral. Muitas vezes o stress tem sintomas físicos como gastrite, pressão alta, problemas na pele, por isso é preciso uma ampla avaliação", explica a psicóloga da Secretaria de Recursos Humanos Célia Regina Cordeiro Sampaio que, junto com a também psicóloga Cynthia Koerich, coordenou um dos grupos iniciais.
Funcionária do Armazém da Família do Bairro Alto, Rosali Benedito participou do programa piloto e, com isso, descobriu a causa das insônias que a incomodam. "É o medo", resume. "Trabalho há 15 anos na Prefeitura e nunca sofri um assalto, mas a violência, de uma forma geral, me assusta muito", conta ela. "O que aprendi aqui vai me ajudar a lidar com esse medo, a trabalhar meu stress", acredita.
Expansão
São reações como as de Rosali que indicaram a necessidade de manutenção e até mesmo de expansão do programa. "Já estamos concluindo o planejamento para a oferta do Gerenciamento de Stress na FAS, num primeiro momento para as pessoas que trabalham na Central de Resgate Social, mas a idéia é estendê-lo a todas as áreas da Prefeitura ainda em 2006", diz Edevar Daniel.
Os médicos, assistentes sociais, psicólogos, técnicos de segurança e analistas de recursos humanos do Departamento de Saúde Ocupacional da secretaria já foram preparados para atuar no programa. Vários deles foram capacitados pelo psiquiatra Gláucio Alves, especialista em gerenciamento de stress.
"Este é o nosso desafio para o ano que vem: implantar o programa em toda a Prefeitura, atendendo as demandas e as particularidades de cada secretaria", afirma Daniel.