Produção de café no Paraná será 56% maior do que ano passado

O inicio da colheita de café no Paraná aponta uma produção 56% maior que a do ano passado. Os produtores que permaneceram na atividade e utilizaram a cultura para diversificar a produção, conforme orientação da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, têm obtido lucros nos últimos anos. Desde o ano passado, a cafeicultura é um dos poucos setores do agronegócio que estão obtendo lucros com a atividade, ao lado da produção de cana-de-açúcar e de suco de laranja.

A produção de café no Paraná este ano deverá atingir 2,2 milhões de sacas, que serão colhidas de uma área de 103 mil hectares em lavouras espalhadas nas regiões Norte, Norte Pioneiro e parte do Noroeste. No ano passado, foi colhido 1,43 milhão de sacas, de uma área plantada de 106 mil hectares.

Apesar da redução de área, a produtividade avançou de 13,5 sacas por hectare no ano passado, para quase 22 sacas por hectare neste ano. O técnico da Secretaria da Agricultura, Dirlei Antonio Manfio, ressaltou que o aumento de produção também deve ser atribuído ao ciclo bianual da cultura, sendo que este ano é de produção cheia. Então normalmente a produção aumenta. ?Mas a redução de área indica o aumento da produtividade da cultura no Paraná?, afirmou.

Mudas

Muitas áreas antigas de café e pouco produtivas foram erradicadas. Nesses locais foram plantadas mudas novas, com variedades mais resistentes que deverão entrar em produção em três a quatro anos. ?Inclusive aumentou muito a procura de mudas de café para renovação das lavouras, o que indica que as perspectivas a longo prazo estão muito boas para o setor cafeeiro no Paraná?, disse o técnico.

O perfil do cafeicultor mudou no Paraná. Atualmente, os 13 mil cafeicultores existentes no Estado são agricultores familiares, que plantam o produto dentro de sistema diversificado de produção. Eles têm renda mensal, semestral e anual com a produção de hortaliças, leite e granjas. Nos últimos dois anos, o café está sustentando essas propriedades e capitalizando o produtor, reforçou.

Só de culturas novas, foram plantados 3,7 mil hectares, um investimento de R$ 23 milhões. A proteção dessa área é uma das prioridades do serviço ?Alerta Geadas?, lançado esta semana pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). O órgão vai avisar com 48 horas de antecedência a ocorrência de geadas na região cafeeira, devendo confirmar a informação com 24 horas de antecedência. ?A informação antecipada vai dar tempo para o produtor adotar práticas de proteção às mudas e das plantas mais novas?, disse o coordenador do setor de café da Secretaria da Agricultura, Paulo Franzini.

Café está sustentando a lavoura

Nas regiões de plantio de café, a cultura está sustentando as propriedades dos prejuízos obtidos com o plantio de soja e milho. O preço obtido no mercado, em torno de R$ 220 a R$ 250 a saca está remunerando a produção e ainda capitalizando o produtor que está com perdendo em outras culturas.

Mesmo com o câmbio baixo, a cotação em torno de R$ 100 a saca revela preço valorizado. ?Com o início do inverno, espera-se aumento dessas cotações?, acredita Franzini. A preço do café no mercado vem reagindo desde o ano passado, quando o produto foi vendido por até R$ 300 a saca em períodos de pico de comercialização.

A valorização do café está ocorrendo por causa da redução dos estoques nacionais e internacionais. No País, a oferta está muito ajustada à demanda. No cenário internacional, a demanda está maior do que a oferta, o que explica a valorização da cafeicultura. ?Em função desse bom momento, é hora do produtor investir no aumento da produtividade, com a erradicação das lavouras velhas e plantio de lavouras adensadas, que são mais produtivas e resistentes ao clima no Estado?, recomendou Franzini.

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