Procuradores querem esclarecimenos sobre aviso antecipado de operação

Brasília – Os procuradores da República Luciano Sampaio Gomes Rolim e José Alfredo de Paula Silva querem esclarecimentos sobre aviso dado pela Polícia Federal ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de uma busca e apreensão na Casa realizada durante a Operação Mão-de-Obra, deflagrada em 26 de julho no Distrito Federal. A ação prendeu seis suspeitos de integrarem uma quadrilha especializada em fraudar licitações de órgãos públicos. O grupo é formado por empresários do ramo de prestação de serviços e de informática, seus funcionários e servidores públicos.

De acordo com nota do Ministério Público, os procuradores enviaram ofício ao diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, para obter as informações sobre a execução da busca e apreensão no Senado por considerar o resultado insuficiente. ?As respostas enviadas mostraram várias impropriedades cometidas durante a operação?, diz a nota da Procuradoria da República no Distrito Federal. Enviaram também ofício ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, para que solicitasse as informações do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

Os procuradores querem esclarecimentos sobre o que chamaram de ?prática na PF?: ?avisar ao superior hierárquico da instituição quando o alvo da operação é um órgão público?. Eles querem que o ministro da Justiça e o diretor-geral da PF informem se tinham conhecimento desta prática e se havia permissão deles para tal.

De acordo com a investigação realizada pela PF em conjunto com o Ministério Público Federal na Operação Mão-de-Obra, a quadrilha realizava acertos para "lotear" grandes licitações de órgãos públicos. Os empresários combinavam previamente o resultado, definindo os vencedores e causando prejuízo ao erário público. Eles contavam com a colaboração de servidores públicos que passavam informações privilegiadas ou atuavam de forma a atender os interesses dos empresários na confecção de editais das concorrências.

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