Serathiuk deixa a Delegacia Regional do Trabalho

O funcionário de carreira Sérgio Silveira de Barros assumiu ontem a Delegacia Regional do Trabalho no Paraná, em substituição a Geraldo Serathiuk, que ocupava o cargo desde o início do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. A troca de delegado é um desdobramento na mudança no Ministério do Trabalho, onde o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, tomou posse em abril. Lupi representa o PDT na coalizão do governo Lula.

Indicado pelo PTB, Serathiuk tinha o apoio de várias lideranças do PT e do PMDB estadual para permanecer no cargo e ainda a simpatia do governador Roberto Requião (PMDB), que teria pedido ao presidente Lula para mantê-lo na função. Mas anteontem, o ministro Lupi ordenou a substituição de todos os delegados regionais. O PDT do Paraná havia sugerido a Lupi a nomeação do advogado João Graça, que atua em Londrina, mas a versão nos meios políticos ontem é que Barros também é ligado ao partido do ministro e ao senador Osmar Dias, presidente do diretório estadual do PDT. A outra explicação é que o atual delegado está exercendo o cargo interinamente e Graça poderá assumir a delegacia nos próximos dias.

O senador contestou o vínculo e afirmou que tomou conhecimento da nomeação de Barros por meio do ministro. ?Ele me telefonou e disse que estava sendo procurado por pessoas do PT querendo saber se eu havia indicado o novo delegado. Então, ele me disse quem seria nomeado e explicou que era da sua própria quota. Foi uma decisão dele. Não tenho nenhuma interferência nisso?, afirmou o senador.

Em abril, prefeitos do PDT e sindicalistas ligados ao partido, assim como deputados, pediram ao senador que levasse a Lupi um documento solicitando a substituição de Serathiuk pelo indicado do partido. O advogado de Londrina é presidente do diretório municipal do PDT de Arapongas e membro dos diretórios estadual e nacional.

Decepção

Serathiuk disse ontem a O Estado que foi surpreendido com um telefonema do Ministério do Trabalho anteontem, consultando-o se preferia pedir demissão ou ser exonerado. ?Fui a pessoa que durante os quatro anos sempre trabalhei em defesa do governo Lula. Fiquei absolutamente chocado com a forma de tratamento que recebi?, disse o ex-delegado.

Ele não confirmou a informação de que teria recebido um convite do governador Roberto Requião (PMDB) para assumir uma secretaria especial no Estado. ?Eu lutei pela unidade do PMDB e PT no Paraná, pela reeleição do presidente Lula e do governador Requião. Se você me pergunta se eu espero um convite deles, eu digo que espero é que eles tenham boa consciência. A minha está muito boa?, afirmou. 

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