Radares de Curitiba

Sem força para a CPI, oposição fará investigação paralela

Sem força para aprovar a CPI dos radares, a bancada de oposição da Câmara Municipal de Curitiba anunciou nesta terça-feira, um dia depois da audiência com o presidente da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), Marcos Isfer, que promoverá uma investigação paralela sobre os contratos da prefeitura de Curitiba com a empresa Consilux, denunciada pelo programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão, por manipular editais e apagar multas, entre outras irregularidades que caracterizaram a “máfia das multas” no País.

Segundo o vereador Algaci Túlio (PMDB), líder da oposição, os esclarecimentos de Isfer foram superficiais e, sem o apoio dos vereadores da situação (apenas seis parlamentares assinaram o requerimento de CPI) a oposição buscará outras formas legais para obter mais informações sobre eventuais irregularidades.

“É uma questão lógica. Quero crer que para suspender o contrato com a Consilux existem razões fortes e ainda não divulgadas sobre irregularidades na operação do contrato. Não fosse assim seria impraticável o rompimento do contrato”, justificou.

Os vereadores oposicionistas prometem usar todos os recursos disponíveis para aprofundar as investigações: desde os pedidos oficiais de informações (que é encaminhado diretamente ao prefeito) até a convocação de diretores da empresa e de outros diretores da Urbs, além de recorrer à justiça.

A oposição municipal também se apega à movimentações da Assembleia Legislativa sobre a “máfia dos radares”. No Legislativo estadual os deputados conseguiram aprovar uma CEI para investigar os contratos de todas as empresas de radares com as prefeituras paranaenses e aprovaram, também, a convocação do diretor-presidente da Consilux, Aldo Vendramim, para prestar esclarecimentos à Comissão de Transportes

 “A Assembléia Legislativa do Paraná instaurou uma CEI para apuração destas denúncias. Vamos acompanhar todos os passos desta Comissão, mas não abrimos mão de cumprir o nosso papel fiscalizador. Dada a gravidade das denúncias só posso classificar como absurda a ausência de investigação na Câmara Municipal”, disse Algaci Túlio.

Presidente da Comissão de Transportes da Assembleia, o deputado estadual Marcelo Rangel (PPS) concordou que o local mais correto para as invetigações dos contratos de radares são as câmaras municipais. “Mas, como presidente da Comissão de Transportes, também tenho essa responsabilidade, acima de questões partidárias. Não estou fazendo nenhuma afirmação contra a empresa, apnas quero ouvi-la”, disse.