Viagem

Requião embarcou rumo ao Oriente Médio

O compromisso é só no próximo sábado (dia 1.º de novembro), no Japão, mas o governador Roberto Requião (PMDB) e mais quatro integrantes de sua comitiva partiram hoje para uma viagem ao Oriente.

No roteiro, Dubai a Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, e Kobe, no Japão; na comitiva, a primeira-dama, Maristela Requião, como representante do Museu Oscar Niemeyer, os secretários especiais Benedito Pires e Luís Mussi e o deputado estadual Alexandre Curi (PMDB).

Na agenda, o único compromisso oficial é a abertura oficial da exposição “Brasil x Japão: O Caminho Unido pela Arte”, em Kobe, capital da província japonesa de Hyogo, no dia 1.º de novembro.

A mostra é uma parceria entre o Museu de Arte de Hyogo e o Museu Oscar Niemeyer e faz parte das comemorações pelos cem anos da imigração japonesa no Brasil.

Mas a comitiva aproveitará a viagem e a escala estratégica nos Emirados Árabes (geralmente vôos para o Japão têm como escala os Estados Unidos ou a Europa) para conhecer a luxuosa Dubai, um dos mais novos e mais procurados destinos do turismo internacional.

O principal compromisso no Oriente Médio é uma reunião com representantes da Sadia – uma das maiores indústrias alimentícias brasileiras, que tem cinco fábricas no Paraná – e com outros empresários exportadores brasileiros.

A comitiva também visitará empresários da região e terá encontro com o embaixador do Brasil nos Emirados Árabes Unidos, Raul Campos de Castro, em Abu Dhabi. A Casa Civil não divulgou os custos da viagem, que só devem ser informados no próximo mês.

Esta é a terceira viagem que o governador faz para outro continente somente este ano, e sempre com uma “esticadinha” além dos compromissos oficiais. Em janeiro, o governador (acompanhado pelos secretários especiais Luís Mussi e Benedito Pires, pelo chefe da Casa Civil Rafael Iatauro e por um segurança) participou do 2.º Congresso Internacional pelo Equilíbrio no Mundo, em Havana, Cuba.

O evento ocorreu entre os dias 28 e 30 do mês, mas o governador só retornou ao Brasil no dia 8 de fevereiro. Após sua participação no congresso cubano, Requião deu uma passada em Miami, nos Estados Unidos.

O custo da viagem, segundo os portais “Gestão do Dinheiro Público” e “Central de Viagens”, foi de R$ 28.117,00, mas os valores das passagens aéreas dos três secretários não constam nos dados disponibilizados pelo governo.

Situação semelhante ocorreu em maio, quando, para fazer uma participação de um dia na Conferência sobre Biodiversidade das Nações Unidas, o governador passou 10 dias em Bonn, na Alemanha.

Na ocasião, Requião anunciou que pagaria os dias a mais do próprio bolso. As ajudas de custo a Requião e outros cinco integrantes de sua comitiva na Alemanha somaram R$ R$ 13.976,00.

Desconsiderando viagens a países vizinhos como Argentina e Paraguai, o governador fez, desde 2003, 13 viagens internacionais. Nova York (Estados Unidos) e Paris (França) são os destinos preferidos do governador, que já esteve três vezes em cada cidade durante seus dois últimos mandatos.

As comitivas internacionais do governador também passaram por Caracas (Venezuela) – duas vezes -, Osaka e Tóquio (Japão), Lyon, (França), Lisboa (Portugal), Pequim, Xangai e Hangzhou (China), Hong Kong, San Tiago de Compostela (Espanha) e por três cidades do estado do Texas (EUA). Desta vez, Requião fica até o dia 4 no Japão.

Passaportes carimbados

Companhia do governador Roberto Requião em várias de suas viagens internacionais, a primeira-dama, Maristela Requiã, o também tem vários carimbos em seu passaporte por conta de viagens de interesse de suas atividades &agra,ve; frente do Museu Oscar Niemeyer (MON).

A secretária especial e sua equipe rodaram a Europa e a América do Norte atrás de parcerias e novas atrações para o museu. Além das vezes em que acompanhou Requião, Maristela esteve em Paris em outras três oportunidades a serviço do Estado.

Como presidente do MON, Maristela viajou, ainda, por Espanha, Portugal, Inglaterra, Itália, Alemanha, Holanda, México e Canadá. Na maior parte das vezes, as justificativas para as viagens foram “negociações com museus para mostras de arte”.

As viagens da primeira-dama a serviço do MON e de sua equipe custaram ao Estado R$ 121.168,00, entre passagens e diárias. Substituto do governador quanto Requião não está em Curitiba, o vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) e sua esposa, Regina Fischer Pessuti, não podem se queixar das oportunidades de viagens surgidas por conta do cargo público.

Sempre juntos, o vice-governador e a ex-assessora da vice-governadoria tiveram cerca de R$ 90 mil pagos em viagens nestes dois mandatos. Entre as viagens do casal estão duas idas à Europa, uma semana em Buenos Aires (Argentina) e outra em Assunción (Paraguai) e Santiago (Chile).

O casal, que não viaja a serviço do Estado desde 2006, agora terá de arcar com as despesas de Regina caso ela queira acompanhar o vice-governador em um eventual novo compromisso no exterior, pois, após a edição da súmula vinculante n.º 13 pelo Supremo Tribunal Federal, proibindo o nepotismo no poder público, a esposa de Pessuti foi exonerada de seu cargo na vice-governadoria.

R$ 210 milhões em passagens e diárias

As viagens do governador e seus assessores têm despertado, há algum tempo, o interesse da bancada de oposição na Assembléia Legislativa. Levantamento feito pela liderança da oposição mostra que, até o final de 2007, o Estado já havia gasto R$ 210 milhões em passagens e diárias para hospedagem e alimentação de viajantes. Em viagens internacionais, ainda segundo a liderança da oposição foram gastos pela Governadoria mais de R$ 1,5 milhão apenas no ano passado.

De acordo com dados do portal “Central de Viagens”, do próprio governo, só a Casa Civil, onde estão incluídos os gastos da Governadoria, empenhou R$ 463.232,00 em passagens aéreas desde 2003.

As 13 viagens do governador teriam custado à Casa Civil R$ R$ 440.669,00 (os gastos de servidores que viajaram com o governador mas não estão locados na Casa Civil são computados às respectivas secretarias).

A oposição questiona os gastos e já prepara pedido de informações sobre os motivos da viagem ao Oriente, sua real necessidade e os valores despendidos com passagens e estadias no Japão e nos Emirados Árabes.