Sucessão

Requião diz que PT deve decidir de que lado ficará

O governador Roberto Requião disse ontem, 29, que cabe ao PT, e não ao PMDB, escolher seu lugar nos palanques da eleição do próximo ano. O governador descartou a possibilidade de um acordo reunindo PDT e PMDB em torno de uma mesma candidatura ao governo, no Paraná.

“O candidato do PMDB é o Pessuti. Então não há conversa possível. Nós temos candidato. A escolha é do PT, não é nossa mais. Nós já decidimos a nossa situação”, afirmou o governador, que participou do almoço em que o vice-governador, Orlando Pessuti, ganhou o prêmio personalidade da Associação das Empresas da Cidade Industrial de Curitiba (Aecic). A solenidade, realizada no Graciosa Country Clube, reuniu várias lideranças políticas e empresariais do Estado.

Requião disse que o PT não pode pretender que ele renegue posturas históricas para possibilitar a união de todos os partidos da base de apoio do presidente Lula (PT), no Congresso Nacional, em torno de uma única candidatura, preferencialmente, a do senador Osmar Dias (PDT), e assim, reforçar o palanque da ministra Dilma Rousseff no Paraná.

“O PT é problema dos petistas. Eu quero uma aliança com o PT. Acho que é uma aliança boa. Agora, o PT não pode pretender que eu renegue tudo aquilo que me levou a fazer política: a defesa dos interesses populares, defesa da cidadania, respeito aos movimentos sociais, política de estímulo aos pequenos empresários, rejeição ao pedágio. Ficaria muito ruim renegar tudo que me levou ao governo do Estado. Nem meus filhos me respeitariam mais”, reagiu o governador.

Sobre a possibilidade de o PMDB se inclinar para um acordo com o PSDB, Requião reconheceu que há uma ala no partido que tem esta tendência. Mas minimizou. “Em qualquer partido, tem desvios pela direita, desvios para a esquerda e tem uma parte que quer trabalhar com o PSOL”, comentou.

Nem mesmo a possibilidade de o candidato do PSDB ser o senador Alvaro Dias, que também tem adeptos no PMDB, faz o governador analisar a possibilidade de uma aliança com os tucanos. “Nós temos candidato ao governo do Estado”, resumiu.

Pessuti demonstra esperança de ter o PT apoiando sua candidatura. Ele disse que ficou animado com a conversa que teve com a ministra Dilma Rousseff, na semana passada, em Londrina.

“A manifestação foi no sentido de que estaremos todos juntos no mesmo palanque. E no PMDB, é líquido e certo, que não abrimos mão da candidatura própria, seja qual for a aliança construída”, disse o vice-governador.

Além do PT, Pessuti disse que está conversando com as direções do PV, PCdoB, PTB, PP e também dos Democratas. O vice-governador disse que também está trabalhando na construção da unidade do PMDB em torno de sua candidatura. Ele acredita que esta seja uma das principais exigências para atrair as outras siglas para uma composição.

Os outros requisitos seriam chegar ao mês das convenções, junho do próximo ano, com uma performance mais robusta nas pesquisas de intenções de votos. “Eu espero chegar na convenção em condições de pleitear a candidatura”, afirmou.