Renato Adur deixa o comando do PMDB no Estado

A decisão do ex-secretário Renato Adur de antecipar em um ano sua saída da presidência estadual do PMDB colheu de surpresa o partido, que agora está discutindo um nome para coordenar a sucessão municipal do próximo ano. O mandato de Adur venceria apenas no final de 2008, mas esta semana, ele anunciou que no próximo dia 22 aproveita o encontro municipal do PMDB de Curitiba para se despedir do comando da sigla.

A justificativa de Adur é que não pretende mais disputar cargos políticos. Sem ambições eleitorais, ele diz que prefere sair agora e retomar suas atividades empresariais no ramo editorial. Ao contrário do que se comenta nos bastidores do partido, Adur garante que está saindo de bem com o governador Roberto Requião (PMDB) e que não houve conflitos entre os dois. ?Não tenho mais pretensões políticas. Já fiz a minha parte. Estou saindo sem traumas?, declarou.

Adur quis ser o candidato a vice-governador na eleição do ano passado. Mas desde o início, primeiro em função da aliança com o PSDB e, depois, por causa do desejo de Orlando Pessuti de repetir a candidatura a vice-governador, foi descartado. Para compensar, Requião o convidou para presidir o partido. ?Eu fiz a minha parte na organização do partido. Agora, acho que tenho mais é que cuidar da minha vida?, declarou o presidente do partido, que pretende continuar filiado ao PMDB.

Substituição

Requião já convidou o deputado estadual e líder da bancada na Assembléia Legislativa, Waldyr Pugliesi, para assumir o cargo no lugar de Adur. Mas Pugliesi ainda não respondeu. Considerado um dos poucos quadros ideológicos que restaram no PMDB do Paraná e que fala de igual para igual com Requião, Pugliesi já dirigiu o partido várias vezes. Ele foi o último presidente do antigo MDB e um dos primeiros a dirigir o novo PMDB.

Entretanto, o PMDB de Arapongas pretende lançá-lo candidato à Prefeitura da cidade, cargo que também já ocupou, e ele pensa em como conciliar as duas tarefas. ?O governador me convidou, mas eu ainda estou pensando?, afirmou o deputado.

Pugliesi é o nome que Requião quer na presidência do partido, mas há outros interessados na posição. O atual vice-presidente do partido e líder do governo na Assembléia Legislativa, Luiz Claudio Romanelli, também estaria articulando para ficar no lugar de Adur, assim como o deputado estadual Caíto Quintana.

No caso de Romanelli, a presidência do partido pode ajudá-lo na construção de uma candidatura à sucessão de Requião, em 2010. O deputado peemedebista acha que pode criar as condições para se cacifar para a disputa, em que não há um sucessor natural. Pessuti se arriscou a dizer que pretendia disputar a indicação, mas foi desencorajado pelo governador e desde então, não se discute o assunto publicamente no partido.  

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