Eleito governador no último dia 7, Ratinho Junior (PSD) enfrentará o maior desafio dos seus 15 anos de vida pública até aqui. A começar pelo gigantismo dos números que estarão sob sua responsabilidade: gerir um orçamento de R$ 57,4 bilhões em favor de 11,3 milhões de paranaenses.

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E, para projetar que medidas Ratinho pretende tomar à frente do Palácio Iguaçu ao longo dos próximos quatros anos, a reportagem enviou a ele um questionário com dez perguntas sobre diversos temas: previdência, lei orçamentária, privatizações, pedágio.

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Leia abaixo as respostas dadas por Ratinho ainda durante a campanha eleitoral e fique por dentro do que o governador eleito pensa sobre as principais demandas que terá no cargo mais importante do Paraná:

1. O senhor é a favor de rever a reforma da Paranaprevidência feita pelo governo Beto Richa?

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Sim. Com a inevitável reforma federal da previdência, o Paraná terá que se adequar à nova legislação. Além disso, vamos promover a redução do déficit e aumentar a longevidade do fundo previdenciário do estado, que apresenta um déficit atuarial decorrente da não efetivação da contrapartida patronal. Iremos implantar a previdência complementar para os novos servidores, mas atuais servidores terão os direitos adquiridos assegurados.

2. O senhor é a favor de retirar o Fundo de Participação dos Estados do cálculo do repasse a outros poderes e órgãos (Legislativo, Judiciário, Ministério Público e Tribunal de Contas)? Em 2018, a medida reforçaria o caixa do governo estadual em cerca de R$ 466 milhões.

Sim. O estado depende desses recursos para investimentos em programas e projetos essenciais para o desenvolvimento social e econômico. Vou dialogar com o Legislativo, Judiciário e Tribunal de Contas para demostrar a importância desses recursos para a vida dos paranaenses. O Ministério Público já trabalha com orçamento fixado e não com percentual como os outros citados.

3. O senhor é a favor de que os funcionários públicos participem do esforço de manter as contas públicas em ordem, com congelamento de salários, em tempos de arrecadação em queda?

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Sim. Mesmo em tempos de crise e de redução da arrecadação, a Lei de Responsabilidade fiscal tem que ser cumprida e o necessário equilíbrio das contas públicas realizado. Vou trabalhar para que a economia do nosso estado cresça e, como resultado, possamos valorizar os servidores atendendo às suas demandas assim que possível.

4. O senhor é a favor de privatizar — total ou parcialmente — estatais como Copel, Sanepar e Compagas?

Não iremos privatizar a Copel nem a Sanepar. Vamos propor a antecipação do vencimento e estabelecer uma nova concessão da Compagas, que poderá ser através de bônus de outorga ou por meio de um novo contrato que permitirá incluir metas de expansão da rede, eficiência e uma nova política tarifária, pois o gás natural tem importância fundamental na matriz energética do nosso estado, para o nosso desenvolvimento industrial, principalmente para o os segmentos de cerâmica e porcelana.

5. O senhor é a favor da adoção de iniciativas no estilo “Escola Sem Partido” no ensino estadual?

Não. Acredito que a escola pública não deve ter nem religião, nem partidos ou ideologias.

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6. O senhor é a favor de rever as atuais alíquotas de ICMS e IPVA, que tiveram aumento quando a arrecadação estadual foi afetada pela crise?

Sim. Com responsabilidade fiscal, será estabelecido um pacto com a sociedade civil e os meios produtivos em torno de justiça fiscal, tributária e social. Vamos rever e equalizar os tributos, a partir da revisão do nível de alíquotas e dos mecanismos de substituição tributária do ICMS. Além disso, a reforma tributária é uma necessidade, pois a guerra fiscal prejudica a todos, de modo que a promoção de uma equalização tributária com os outros estados da federação proporcionará maior competitividade para a produção paranaense.

7. O senhor é a favor da renovação da delegação das rodovias federais para o estado, de forma que a nova licitação do Anel de Integração seja realizada pelo governo do Paraná?

Sim. Vamos negociar com a União a renovação do convênio de delegação das rodovias federais do Anel de Integração e definir novo modelo de concessão para o Anel de Integração e outras rodovias, priorizando a redução tarifária, duplicações e aumento de capacidade de tráfego, desde o início do contrato.

8. O senhor é a favor de discutir, pelo viés de redução, o tamanho da área de preservação ambiental da Escarpa Devoniana?

Vamos discutir essa questão com certeza, em razão da polêmica estabelecida. Se a área será reduzida ou não, vai depender do resultado do diálogo que faremos com academia, sociedade civil organizada, representantes do agronegócio e principalmente com a sociedade paranaense, tendo em vista se tratar de um decreto de 1982, de realidade econômica, social e ambiental completamente diferente dos dias de hoje.

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9. O senhor é a favor da construção da Faixa de Infraestrutura no Litoral do Paraná?

Sim, porque pensar no desenvolvimento econômico e social da região é de extrema importância, mas isso deve ser feito aliando o crescimento à sustentabilidade. Vamos atuar com sensibilidade, estudar, planejar e contando com a participação da sociedade paranaense, encontrar uma solução que minimize o impacto ambiental envolvendo o que há de mais moderno na construção desses modais.

10. O senhor é a favor de uma nova ferrovia, ligando Dourados (MS) ao Porto de Paranaguá (PR), aproveitando um trecho já operado pela Ferroeste?

Sim. Vamos elaborar o projeto básico e os devidos estudos de viabilidade para definição de um modelo de concessão da Ferrovia Corredor de Exportação Oeste-Leste, que ligará Dourados a Paranaguá, passando por Guaíra, Cascavel, Guarapuava. Após esses estudos, iremos tomar a decisão sobre o trecho já operado pela Ferroeste.

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