Protesto na Boca pede afastamento da Mesa da AL

Representantes sindicais e da classe estudantil realizaram ontem um protesto, na Boca Maldita, no centro de Curitiba, pedindo o afastamento da mesa diretora da Assembleia Legislativa (AL) do Paraná.

Durante o ato, foi instalado no local um painel que, segundo as entidades, mostra o posicionamento dos deputados estaduais sobre a destituição da mesa diretora da AL.

Os manifestantes querem a destituição da mesa por conta das denúncias a respeito de desvio de verbas e de funcionários fantasmas, nomeados em diários oficiais não divulgados.

O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), seção Paraná, Marcelo Urbaneja, informou ainda que o órgão pretende colher assinaturas e ajuizar uma ação civil pública para solicitar o afastamento dos deputados que compõem a mesa.

Segundo ele, a maior parte dos legisladores ainda não definiu um posicionamento a respeito do tema. “A maioria dos deputados está cometendo o maior crime, que é o crime da omissão. Enquanto a maioria estiver omissa, a mesa não vai sair”, prevê.

Urbaneja conta que o objetivo do painel é evidenciar para a sociedade como está a atuação de cada parlamentar quanto ao assunto. “O Ministério Público, a Justiça e a imprensa têm feito a parte que lhe cabem. Agora, cabe a nós cobrar e mostrar à sociedade que estamos atentos à atuação dos nossos legisladores, que se tivessem vergonha na cara já tinham se afastado”, disse.

Segundo Urbaneja, o painel deve permanecer por tempo indenterminado no centro da capital. Um segundo painel itinerante com as mesmas informações estará em Londrina, na terça-feira, em Cascavel na quarta-feira e em Maringá na quinta-feira.

O ato realizado na Boca Maldita contou com cerca de 300 pessoas, entre estudantes e representantes de 150 sindicatos, que representam 1 milhão de trabalhadores em todo o Estado.

“Historicamente, as coisas só mudam quando os estudantes e os trabalhadores vão à rua”, disse o sindicalista. Para o presidente da União Paranaense dos Estudantes (Upes), Mário de Andrade, é importante que o movimento pela moralização do Poder Legislativo do Paraná não se enfraqueça.