PPS quer reforma mais ampla e radical

O PPS vai defender o parlamentarismo na discussão da reforma política. Quem garante é o secretário-geral do partido, o paranaense Rubens Bueno, que, após reunião da direção nacional com o líder do partido na Câmara, deputado Fernando Coruja (SC), disse que a legenda irá propor uma reforma mais ampla e radical em relação à que vem se desenhando.

Para Bueno, ao lado do financiamento público de campanhas eleitorais e listas fechadas de candidatos proporcionais, a mudança do sistema de governo deve ser o tema a presidir os debates. Assunto em pauta no partido há anos, a reforma política é considerada urgente pelo PPS. ?O partido vem conversando em todo o País sobre uma reforma mais profunda, que trate da mudança do sistema de governo e do fim de instrumentos usados pela ditadura militar, como o domicílio eleitoral e a cláusula de barreira. Queremos uma reforma política moderna, avançada e democrática?, explicou Bueno.

Para ele, o parlamentarismo é o sistema mais moderno e adequado para a atual conjuntura do País. ?O presidencialismo imperial, em que o presidente se elege com minoria parlamentar e inicia um jogo de interesse com cargos, ?mensalão?, furacão, navalha e todos os artifícios que nós bem conhecemos, está completamente decadente?, declarou.

Um novo sistema de governo, segundo o presidente estadual do PPS, contribuiria para o combate à corrupção. ?No parlamentarismo, a maioria parlamentar se elege por conta de um plano de governo. Se não cumpri-lo, convocam-se novas eleições. O mandato não é do deputado, é do plano de governo, acaba-se com a política do toma-lá-dá-cá, da troca de favores?, disse.

O dirigente advertiu para o fato de o debate sobre a reforma política ter um caráter de reação às decisões do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que entendeu ser dos partidos e não dos parlamentares os mandatos proporcionais. Tanto esse ingrediente quanto a preocupação com os escândalos constantes, diz Bueno, ?provocam o fortalecimento da corporação para manter situações que podem até ser agravadas do ponto de vista da qualidade de uma legislação que favoreça o sistema político moderno?.

Para ele, o momento de fragilidade vivido pelo Congresso Nacional é propício para que se iniciem discussões sobre uma reforma mais profunda. ?Mas precisamos da participação de toda a sociedade, com as organizações, a imprensa, as representações de classe, pois, se deixarmos por conta do Congresso, isso não vai acontecer. Há, em Brasília, muita gente preocupada com seu cargo e poucos preocupados com o País?, disse. ?Se a sociedade não assumir isso para valer, vai continuar votando na base do favor?, concluiu.

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