Pesquisa traça perfil de vereadores curitibanos

Integrantes do curso de Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica (PUC) divulgaram, ontem de manhã, o resultado de uma pesquisa que traçou o perfil dos vereadores de Curitiba. A maioria é do sexo masculino, tem curso superior e se define politicamente como de “centro-esquerda” e de “esquerda”.

Alunos do segundo, terceiro e quarto ano do curso foram, nos dias 3 e 10 de setembro deste ano, à Câmara Municipal para entrevistar de 22 dos 35 vereadores, seguindo um questionário composto por 45 perguntas. O objetivo, segundo a professora e uma das coordenadoras do trabalho, Juciméri Silveira, era, além de envolver estudantes em uma atividade fora da sala de aula, inserindo-os em um espaço público e lhes dando noções de cidadania, levantar tendências que apontem o perfil dos vereadores da capital paranaense.

“A pesquisa, de âmbito nacional, está vinculada ao Departamento de Ciências Políticas da Universidade Federal de Minas (UFMG) e à Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciências Sociais”, explica. “A PUC foi escolhida para realizá-la em Curitiba.”

De acordo com os dados obtidos, os homens têm predominância sobre as mulheres na função parlamentar. A maioria dos entrevistados nasceu nos anos 50 e possui terceiro grau completo ou incompleto. Seis entrevistados afirmaram ter apenas o ensino médio. “Este é um dado considerado muito importante, pois consideramos que para se tornar um vereador uma pessoa precisa de qualificações técnicas”, afirma Juciméri.

Além de exercerem suas funções na Câmara, muitos vereadores trabalham como profissionais liberais, a maioria como advogados e engenheiros. Outros realizam atividades diversas, como professores, funcionários públicos e motoristas. Apenas três dos entrevistados disseram que se dedicam exclusivamente à Câmara.

Antes de se tornarem vereadores, 30,81% dos entrevistados exerceram funções públicas, como membros de sindicatos, pastores evangélicos e radialistas. 61,18% afirmaram ter algum tipo de ligação formal ou informal com entidades carentes, associações ou grupos de caridade, que podem ser tanto asilos como hospitais, igrejas ou orfanatos. “A pesquisa indica que os interesses que muitos vereadores defendem estão ligados à pratica da caridade”, diz. “Isto mostra que, por uma determinação histórica ou cultural, à Câmara de vereadores é a primeira a que as pessoas procuram quando precisam de ajuda. Acreditamos que isso gere um desvio nas funções dos vereadores.”

No que diz respeito à ideologia político-partidária, a grande maioria dos entrevistados se disse de esquerda ou de centro-esquerda,. Apenas 4,55% se disseram de direita.

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